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Collor: 'Bolsonaro está se aproximando da classe política'

Fernando Collor disse que troca de ministros da Saúde indica que presidente está tentando acertar - Kleyton Amorim/UOL
Fernando Collor disse que troca de ministros da Saúde indica que presidente está tentando acertar Imagem: Kleyton Amorim/UOL

Do UOL, em São Paulo

16/03/2021 19h12

O ex-presidente e senador Fernando Collor (PROS-AL) afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) "está se aproximando da classe política", movimento que ele considerou como positivo para "manter a governabilidade".

Em entrevista à CNN Brasil, Collor citou as eleições de Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG) para as presidências da Câmara e do Senado, respectivamente, como vitórias de Bolsonaro após sua aproximação da classe política.

"O presidente da República se dedicou a isso, abriu os canais de conversas com os partidos políticos, com a classe política, teve duas bonitas vitórias no Congresso Nacional e isso vem demonstrando que ele está se aproximando da classe política", falou.

Collor também comentou a mudança no Ministério da Saúde e disse que as trocas sucessivas no comando da pasta são "um sinal evidente de que o presidente da República está procurando acertar". Ele também opinou que a escolha do médico Marcelo Queiroga para o cargo é a "direção certa".

"Com todo o respeito ao general Pazuello, que é um general de alta estirpe, mas não era a pessoa melhor indicada para num processo como esse que estamos vivendo assumir o Ministério da Saúde", disse o senador.

Na entrevista, Collor demonstrou otimismo com a escolha de Marcelo Queiroga e defendeu e evitou criticar a atuação de Bolsonaro. O senador reforçou a importância das concessões políticas feitas pelo presidente e defendeu a vacinação em massa como solução para a crise sanitária do país.

Presidente não pode decretar lockdown

Fernando Collor se manifestou ainda sobre a adoção de medidas de isolamento para combater a pandemia de covid-19. Ele defendeu que a população evite sair de casa, use máscaras e higienize as mãos, mas afirmou que o presidente não poderia decretar lockdown no país inteiro.

"O que não se pode fazer, em um país gigantesco como o Brasil, é o chefe de Estado tomar uma medida de cima para baixo dizendo lockdown em todo o país. Isso não funciona, não pode funcionar", defendeu.

"Agora todos os governos estão tomando essas decisões de fazer lockdown, de fechar tudo, e isso tem causado um impacto fortíssimo na economia e na vida das pessoas". O distanciamento social é comprovadamente eficaz contra a transmissão do coronavírus e suas formas mais rígidas vêm sendo adotadas em diversos países do mundo para conter a disseminação da doença.