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Arthur do Val ironiza Bolsonaro e rachadinha: 'Foi para combater comunismo'

Colaboração para o UOL

05/07/2021 18h07

O deputado estadual Arthur do Val (Patriota) comentou as novas suspeitas sobre o envolvimento de Jair Bolsonaro (sem partido) com "rachadinhas". Ele ironizou a família do presidente no Twitter.

Arthur se referiu ao recrutamento de familiares para o esquema das "rachadinhas". Ele destacou que Ana Cristina Valle, ex-esposa de Bolsonaro, teve familiares empregados em gabinetes do presidente e de seus filhos.

Arthur do Val, que apoiou a candidatura de Bolsonaro nas eleições de 2018, brincou e disse que essas contratações foram para "combater o comunismo", frase muito presente no dicurso do presidente.

"A família Bolsonaro empregou 18 parentes de Ana Cristina em seus diversos gabinetes. Tenho certeza que todos eram patriotas e ótimos servidores públicos. Não foi pra fazer rachadinha, não! Foi pra combater o comunismo e os bumbum gulosos!"

Em outro tweet, Arthur afirmou que agora estão surgindo provas de crimes que já eram previstos.

"Gravações inéditas apontam o envolvimento direto de Bolsonaro em esquemas de rachadinha! Até um familiar que não quis devolver parte do salário foi demitido do cargo. Sim, se você não é gado, você já imaginava. Mas agora estamos chegando em mais provas: Bolsonaro é corrupto".

As suspeitas

A fisiculturista Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), contou que Jair Bolsonaro demitiu um irmão dela, chamado André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte do salário de assessor do então deputado federal. Essa prática é chamada de "rachadinha". A declaração da ex-cunhada é o primeiro indício de envolvimento direto de Jair Bolsonaro nesse esquema.

Irmã de Andrea, Ana Cristina passou a viver junto com Bolsonaro em 1998, após o nascimento do filho do casal, Jair Renan Bolsonaro. Um pouco depois disso os parentes dela passaram a ser listados em gabinetes do presidente e dos filhos dele.

Ana Cristina perguntou em uma reunião de família, no início do casamento dela com Bolsonaro, se os familiares gostariam de ser nomeados no gabinete dele. No relato, Ana Cristina teria dito que tudo que ela precisava era do CPF de quem aceitasse. Não seria necessário trabalhar diariamente, apenas distribuir panfletos em época de campanha eleitoral. E o mais importante: o combinado seria devolver cerca de 90% do valor do salário todos os meses.

Ao ser informado sobre essas suspeitas e as gravações de Andrea Siqueira Valle, o advogado Frederick Wassef, que representa o presidente, negou ilegalidades e disse que os fatos narrados por Andrea "são narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos". Ele disse que se trata de uma "gravação clandestina à qual não tenho acesso, não conheço o conteúdo e não foi feita perícia".