Casa Branca debate uso de robôs para lidar com pacientes de ebola
Robôs têm trabalhado em áreas de desastre desde o 11 de Setembro. Eles são capazes de chegar a áreas remotas e perigosas e operam em lugares onde as pessoas não podem ir, como os destroços da usina nuclear de Fukushima.
Então, parece lógico pensar neles em uma crise de saúde pública como a atual epidemia de ebola na África Ocidental.
A ideia foi tema de discussão em uma conferência nesta sexta-feira envolvendo universidades americanas de robótica e a Casa Branca.
Uma proposta, apresentada pelo Insituto Politécnico Worcester (WPI), em Massachusetts, é de não projetar robôs do zero, algo que seria custoso e demorado, mas adaptar robôs existentes para tarefas ligadas ao ebola.
As demais universidades envolvidas na discussão são a Texas A&M e a Universidade da Califórnia em Berkeley.Um dos robôs que a WPI começou a adaptar é o Aero (sigla em inglês para Andarilho Autônomo Explorador), projetado originalmente para exploração espacial, mas que agora está sendo convertido, com a ajuda de tanques de spray presos à sua estrutura, para ajudar em trabalhos de descontaminação.
A ideia é que ele seja controlado remotamente por uma pessoa fora da área contaminada pelo vírus.
"Estamos tentando afastar a doença dos agentes de saúde", diz Velin Dimitrov, candidato a PhD em engenharia robótica.
"Como o ebola não é transmitido pelo ar, se você puder controlar o robô à distância, reduzirá o risco aos profissionais."
A equipe do WPI espera usar o Aero junto a outros robôs na África Ocidental dentro dos próximos três meses.
Objetivo é que robôs sejam controlados remotamente por humanos em tarefas de risco
Estudos
Um desafio é a falta de experiência dos estudantes de robótica com relação às necessidades dos agentes de saúde na linha de frente do combate ao ebola.
Para contornar isso, a WPI improvisou uma tenda em seu campus, para estudar as roupas protetoras usadas por esses agentes.
A universidade também pretende dar nova função ao robô Baxter, usado originalmente na atividade fabril: a ideia é que ele ajude a remover a roupa de agentes de saúde.
A WPI ressalta que nenhum dos robôs envolvidos trabalharia de forma autônoma. Eles seriam operados por humanos a uma distância segura.
"A questão é que (o robô) dispensaria a necessidade de uma segunda pessoa para ajudar a remover essas roupas, correndo o risco de ser contaminada", diz Dmitry Berenson, professor-assistente da universidade.
Outra proposta da WPI é agregar tecnologia a algumas tendas médicas, usando sensores para levar água, comida e medicamentos a pacientes, além de monitorá-los.
Existe, ainda, a discussão de usar robôs para realizar o transporte e os enterros de vítimas do ebola.
Uma das preocupações de médicos é o perigo de isolar ainda mais os pacientes de ebola, já estigmatizados por terem a doença.
Uma possível solução para isso seria usar robôs de telepresença, que contêm uma tela de TV pela qual o médico seria visto e ouvido pelo paciente.
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