Dubai vira 'meca' das cirurgias plásticas
Milhares de turistas estão indo a Dubai para aumentar ou diminuir os seios, fazer lipoaspiração ou corrigir a forma do nariz.
O emirado no Golfo Pérsico quer se tornar um centro mundial para operações plásticas depois de identificar o turismo medicinal como filão lucrativo.
Por isso, Dubai está atraindo cada vez mais pacientes, que buscam principalmente cirurgias estéticas.
Segundo a Dubai Health Authority, equivalente ao Ministério da Saúde, cerca de 120 mil turistas visitaram o país no ano passado por motivos médicos, gerando uma receita de US$ 200 milhões (o equivalente a R$ 500 milhões).
Esse número deverá crescer ainda mais: a expectativa é de que, em 2020, meio milhão de pessoas viajem a Dubai para serem operadas, movimentando mais de US$ 700 milhões.
Agências já oferecem pacotes que mesclam medicina e turismo e incluem a estadia em hotéis de luxo no pós-operatório.
As cirurgias mais populares são de caráter estético, como levantar os seios ou remodelar dos glúteos.
A maioria dos interessados vem do próprio Oriente Médio, mas o número de turistas de fora da região vem crescendo.
Médico brasileiro
A região já atrai até mesmo médicos brasileiros.
O cirurgião plástico Luiz Toledo se estabeleceu em Dubai depois de ter exercido a profissão por 30 anos no Brasil. Ele diz que trata pacientes de todo o mundo.
"Desde 2001, viajava muito para o Oriente Médio, dando aulas e operando e comecei a trabalhar em uma clínica local. Como a procura por cirurgia plástica na região aumentou, fui convidado a ficar em Dubai", disse Toledo à BBC Brasil.
"Dubai tem hoje muitos especialistas em cirurgia plástica estética e reconstrutiva vindos de todo o mundo. A Sociedade de Cirurgia Plástica local tem hoje mais de 150 membros especialistas, proporcionalmente mais que o dobro do que o Brasil."
Luiz Toledo aponta para o fato de que o país conta com excelentes hospitais – desde clínicas especializadas até grandes hospitais gerais, com várias subespecialidades. A maioria foi construída nos últimos dez anos.
Na clínica do brasileiro em Dubai, as operações mais frequentes são a lipoaspiração e lipoescultura, seguida pela rinoplastia (remodelamento do nariz) e da mamoplastia (operação dos seios).
Glamour e tradição
Embora a sociedade árabe seja conservadora e muitas mulheres tenham de vestir longas túnicas tradicionais, escondendo o corpo, elas não deixam de ser vaidosas, diz a empresária de moda Ingie Chalhoub.
"As mulheres do Oriente Médio também gostam de glamour", comenta Chalhoub, que se especializou em trazer à região grifes de luxo, como Chanel e Dior, e agora está exportando sua própria marca, Ingie Paris, para a Europa.
Dubai representa 30% do mercado de luxo nos Emirados Árabes, cujo valor total é estimado pela consultoria de empresas Bain & Co. em cerca de 6,5 bilhões de euros (R$21 bilhões).
O país acaba de realizar pela segunda vez uma semana da moda conjuntamente com a revista Vogue.
O turismo medicinal - que inclui viagens a outros países para tratamentos de problemas graves de saúde como câncer, ou doenças respiratórias, cirurgias estéticas ou visitas a spas de emagrecimento - em todo o mundo gera uma receita total entre US$ 38 e 55 bilhões de dólares, segundo a organização Patient Beyond Borders (Pacientes Sem Fronteiras, numa tradução livre), que publica um anuário sobre o assunto.
De acordo com a organização, cerca de 11 milhões de pessoas praticaram o turismo medicinal no ano passado.
Os países que mais lucram com essa tendência são Índia e Tailândia, com Dubai rapidamente aumentando sua importância no panorama internacional.
O emirado está fomentando o turismo como uma forma de substituir a renda vinda do petróleo, que deverá cair de produção daqui a alguns anos.
A estimativa é de que 20 milhões de turistas visitem Dubai em 2020, quase o dobro dos 11 milhões de visitantes registrado em 2013.
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