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Médicos vão controlar pela internet glicemia de mais de 800 pessoas em SP

Em São Paulo

14/11/2013 17h12

Médicos do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo controlarão a glicemia de 800 pacientes diabéticos por meio da internet, em um inédito programa que foi lançado nesta quinta-feira (14), por ocasião do Dia Mundial do Combate ao Diabetes.

O Serviço de Endocrinologia e Metabolismo do hospital utilizará medidores de glicemia que transmitem os níveis de açúcar no sangue em tempo real aos computadores, tablets ou telefones celulares dos médicos, que avaliarão os resultados e indicarão o tratamento.

No entanto, o diretor do Serviço de Endocrinologia e Metabolismo, Evandro de Souza Portes, recomendou que, além do controle da doença, devem ser feitos trabalhos de prevenção, que passam por uma alimentação e hidratação adequada e a atividade física regular, sempre que não exista "contraindicação médica".

Com o inovador programa, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (Iamspe) pretende prevenir outras doenças derivadas do diabetes, como as cardiovasculares, a cegueira, a insuficiência renal e as relacionadas à circulação.

Controle "online"

Além disso, a iniciativa quer evitar que o paciente tenha que se deslocar a um hospital em alguns casos nos quais o médico, com o controle "online", pode recomendar uma dose imediata de insulina ou de outros remédios frente a um problema do diabético.

De cinco pacientes idosos internados no hospital público um deles está ali por causa do diabetes, doença que é a quarta causa de morte no país.

O médico Fabricio Witzel, do Departamento de Oftalmologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), advertiu à Agência Efe que mais de 300 pacientes são atendidos mensalmente por complicações visuais derivadas do diabetes nesse centro hospitalar, o maior do país.

Witzel destacou que as "as diferenças sociais no Brasil têm um profundo impacto na saúde pública", pois muitos dos pacientes diabéticos, em sua maioria de comunidades pobres, têm complicações com outras doenças pelo desconhecimento e pela falta de tratamento.

"Essa é uma doença silenciosa na qual o paciente pode passar até dez anos sem ter uma complicação grave", ressaltou Witzel, que salientou que quando o diabético busca um médico para resolver seus problemas visuais muitas vezes "pode ser irreversível".

"Proteja Nosso Futuro"

Neste ano o Dia Mundial de Combate ao Diabetes acontece sob o lema "Proteja Nosso Futuro" e procura conscientizar sobre a prevalência crescente desta doença.

O Ministério da Saúde divulgou hoje que, com base em uma pesquisa anual sobre doenças crônicas, o número de pessoas consultadas portadoras de diabetes aumentou em 40% desde 2006, quando o estudo começou a ser realizado.

No entanto, apesar desse aumento, o número de hospitalizações caiu devido ao fato de que mais pessoas passaram a receber tratamento e remédios na rede pública de saúde, passando de 300 mil beneficiados em 2011 até os atuais 1,7 milhões, segundo o Ministério.

Entre as 45.448 pessoas consultadas nas 27 capitais brasileiras, 7,4% se declarou diabética, porcentagem que em 2006 era de 5,3%.

Além disso, 75% dos diabéticos da pesquisa está com sobrepeso, situação na qual, segundo o Ministério, se encontra 51% da população brasileira.