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Hepatite atinge seis em cada dez pacientes com problemas no fígado em São Paulo

27/07/2012 12h07

Cerca de 60% dos pacientes do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo com problemas no fígado são portadores de hepatite, segundo levantamento divulgado pelo serviço de hepatologia do instituto nesta sexta-feira (27).

O estudo apontou que a doença é a maior responsável pela cirrose hepática e, por consequência, pelos transplantes de fígado. Cerca de 40% dos procedimentos ocorrem em pessoas contaminadas pelo vírus do tipo C. Já a hepatite B é responsável por 8% das cirurgias.

Como evitar o contato com os vírus das hepatites

- Utilize preservativo nas relações sexuais
Em 70% dos casos, a hepatite B é transmitida em relações sexuais. O contágio pode ocorrer em uma única relação sem proteção.

- Não compartilhe objetos cortantes
Na visita a manicure recomenda-se levar seu próprio kit com alicates e outros instrumentos. Também tenha a sua própria lâmina de barbear e só utilize agulhas ou seringas que sejam descartáveis. Colocação de piercings e tatuagens são procedimentos arriscados, quando não realizados com os devidos cuidados de esterilização.

- Fique atento a higiene de utensílios e alimentos
A hepatite A é transmitida por ingestão do vírus. Assim, alimentos e até mesmo água comercializados nas ruas ou em ambientes precários, sem que haja condições básicas de higiene, podem servir de vetores para o vírus.

A hepatite é uma doença silenciosa e que demora a apresentar sintomas. O período de incubação do vírus pode variar entre dez e 30 anos, e os danos causados pela inflamação nas células do fígado são irreversíveis --compromete as funções vitais do órgão, como a produção de proteínas do sangue e a refinação dos alimentos absorvidos pelo intestino.

Carlos Baía, médico coordenador do serviço de hepatologia do Hospital de Transplantes, afirma que a insuficiência hepática decorrente da cirrose leva o doente a necessitar de um transplante para sobreviver. Além disso, segundo ele, as chances do paciente apresentar câncer também são maiores.

Os dados oficiais mais recentes apontam que há no Brasil cerca de 1,5 milhão de infectados pelo vírus do tipo C. Por ano, são notificados mais de 33 mil novos casos de hepatites virais. "As chances de o indivíduo ter contato com este 'agente' são 100 vezes maiores do que com o vírus da Aids, por exemplo. Por isto é fundamental fazer o teste por meio de um exame de sangue. O médico da família pode, e deve, solicitá-lo periodicamente", destaca Baía.

A vacina para a hepatite B está disponível gratuitamente na rede pública de saúde e, de acordo com o especialista, com o uso de medicamentos a doença pode ser curada, principalmente se for diagnosticada no início.