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Envelhecer bem é envelhecer com autonomia; faça o teste e veja se está no caminho certo

A terceira idade é um período de declínio do vigor físico e da rapidez de raciocínio, mas isso não deve implicar tristeza nem dependência dos outros; é preciso preparo emocional - Stock Photo/DNF-Style Photography/
A terceira idade é um período de declínio do vigor físico e da rapidez de raciocínio, mas isso não deve implicar tristeza nem dependência dos outros; é preciso preparo emocional Imagem: Stock Photo/DNF-Style Photography/

Luciana Alvarez

Do UOL, em São Paulo

03/08/2012 07h00

Embora não exista uma receita que garanta saúde e disposição na terceira idade, comportamentos mantidos durante a juventude e na meia-idade têm influência direta sobre a qualidade de vida que uma pessoa terá mais tarde. É como se a prestação de contas do que se fez durante toda a vida, seja acumulando créditos ou débitos, começasse a ser feita depois dos 60.

Envelhecer é perder vigor físico e rapidez de raciocínio, mas isso não deve implicar tristeza nem dependência dos outros. Médicos e psicólogos são unânimes ao definir um “envelhecimento de sucesso” como aquele em que a pessoa mantém sua autonomia, não importa com qual idade.

E não adiantam soluções mágicas; o que vale mesmo é consistência. “Não existem remédios ou a ingestão de grande quantidade de certos alimentos que garantam um bom envelhecimento, mas sim uma alimentação saudável a vida inteira”, explica a geriatra Erika Satomi.

Um item, porém, que a médica recomenda para se incluir na dieta é o leite. O consumo frequente de cálcio diminui as chances de se ter osteoporose mais tarde.

Outro ponto fundamental para um envelhecimento de sucesso é ter atividades físicas regulares. O ideal é fazer ao menos 30 minutos de exercícios por dia e mesclar atividades aeróbicas com alongamentos e musculação. “É importante acumular massa muscular; sem músculos mais tarde você não vai conseguir levantar sozinho de uma cadeira, por exemplo”, diz a médica.

Preparo emocional

Mas não se esqueça de exercitar sempre o cérebro: estudos científicos comprovam que os anos de estudo protegem contra as demências. “Pessoas que não sabem ler mostram os sintomas de Alzheimer mais cedo. Estudar diminui a chance ou posterga muito o aparecimento de sintomas das demências”, explica a geriatra.

Não fumar e beber pouco também ajudam. O fumo predispõe a cânceres, doenças cardíacas e pulmonares, além de deteriorar a capacidade física de forma geral. Já a bebida em excesso por vários anos pode comprometer o sistema neurológico e resultar em esquecimentos.

“Há estudos dizendo que até uma taça de vinho tinto por dia faz bem para a saúde do sistema cardiovascular. Mas as pessoas confundem muito: só vale para vinho tinto, e só uma taça por dia”, ressalta Erika.

Chegar bem à terceira idade depende ainda de atitudes sociais e, sobretudo, de um bom preparo emocional para essa fase. “A pessoa precisa ter consciência da transformação da sua imagem, entender que aquelas mudanças não são feias, mas sim naturais e necessárias. Elas acontecem porque estamos vivos”, afirma a psicóloga gerontóloga Sandra Regina Santos.

Um bom caminho para conseguir encarar a “transformação” com normalidade, de acordo com a psicóloga, é perceber que os primeiros sinais do envelhecimento começam já a partir dos 30 anos, não chegam de uma hora para outra.

Segundo Sandra, manter os círculos e atividades sociais é um comportamento fundamental para ter sempre a autoestima lá em cima. “Quando você vai sair para dançar, vai se arrumar, ficar mais bonita do que normalmente é, mesmo que você já não seja aquela beldade que era anos 20 anos”, diz.