Trump anuncia tarifas adicionais sobre produtos de México, Canadá e China
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Donald Trump anunciou ontem que imporá uma tarifa adicional de 25% sobre todas as importações do México e do Canadá em seu primeiro dia de governo. O presidente eleito também afirmou que taxará todos os produtos chineses que entram no país em mais 10%.
Em sua rede social, Truth, Trump disse que a política continuará em vigor "até que as drogas, em particular o fentanil, e todos os migrantes ilegais deixem de invadir nosso país". Ele acusa a China de facilitar a entrada nos EUA de matérias-primas para a produção de fentanil e os países vizinhos de não coibirem a imigração ilegal.
Economistas têm afirmado que a medida deve levar a um aumento da inflação americana. Após o anúncio, o dólar subiu em relação a várias moedas internacionais. O governo da China classificou a iniciativa de "irresponsável" e disse que uma guerra comercial não terá vencedores.
Cessar-fogo na mesa
O gabinete de guerra de Israel discutirá hoje uma proposta de cessar-fogo com o Hezbollah, no Líbano, patrocinada pelos EUA e pela França.
Fontes ligadas a Benjamin Netanyahu dizem que o primeiro-ministro isralense já aceitou "em princípio" os termos da proposta, mas o ministro da Defesa, Itamar Ben-Gvir, e outros integrantes do governo israelense se declaram contrários. Representantes dos governos da França, EUA e do Líbano também afirmaram que o acordo está próximo.
A iniciativa prevê um cessar-fogo de 60 dias e a retirada das tropas de Israel e do Hezbollah do sul do Líbano, que seria patrulhada pelo Exército libanês e por tropas da ONU. O atual confronto entre Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah teve início logo após o ataque do Hamas em Israel, em outubro do ano passado, e já deixou mais de três mil mortos.
HIV em queda
O número de novas infecções pelo HIV caiu 20%; e o de mortes pela Aids, 40% entre 2010 e 2021, de acordo com um estudo global publicado hoje pela revista "Lancet HIV".
Segundo a pesquisa, em 2021 foram registrados 1,6 milhão de novos casos da infecção no mundo, ante 2,1 milhões em 2010. No mesmo período, o número de mortes caiu de 1,2 milhão para 718 mil. Apesar do avanço, a meta da ONU de deixar classificar a doença como uma ameaça à saúde pública em 2030 ainda está distante.
A melhora dos números reflete sobretudo uma queda das infecções na África Subsaariana, mas há aumento de novos casos em outras regiões, como no Oriente Médio e no Leste da Europa. A divulgação dos dados ocorreu às vésperas do Dia Mundial de Combate à Aids, neste domingo.
Boric acusado de assédio
O presidente do Chile, Gabriel Boric, é investigado pela acusação de assédio sexual, incluindo a divulgação de imagens íntimas, contra uma mulher em 2013. A informação foi divulgada pelo gabinete da Presidência na noite desta segunda. A defesa de Boric disse hoje que ele nega "categoricamente" as acusações. Segundo a acusação, em investigação pelo Ministério Público, o assédio ocorreu quando Gabriel Boric, na época com 27 anos, estudava Direito na cidade de Punta Arenas, extremo sul do Chile. Na campanha para sua eleição em 2021, ele foi acusado de outro assédio sexual, que também negou na época. A denúncia nunca foi investigada criminalmente. Seu mandato vai até 2026, sem direito à reeleição.
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A Justiça americana arquivou temporariamente dois processos criminais envolvendo Donald Trump: no caso de tentativa de fraudar o resultado da eleição de 2020, em que ele foi derrotado por Joe Biden, e no caso em que ele é acusado de levar para casa documentos secretos após deixar o cargo.
A medida foi uma resposta a um pedido do promotor especial Jack Smith, responsável pelas denúncias. Nos dois casos, Smith justificou a requisição, dizendo que o Departamento de Justiça considera inconstitucional processar criminalmente um presidente em exercício. Smith, porém, deixou a porta aberta para retomar as denúncias após Trump deixar o cargo em 2029.
Revolução na Justiça mexicana avança
Mais de 34 mil pessoas se inscreveram como candidatas na eleição que escolherá todos os juízes do México pelo voto popular. Desse total, 480 pessoas se candidataram a ministro da Suprema Corte. Representantes dos três poderes têm agora até o dia 15 para atestar a elegibilidade dos candidatos. A eleição está marcada para 1º de junho do ano que vem.
O processo, inédito no mundo, foi uma das últimas iniciativas do ex-presidente de esquerda Andrés Manuel López Obrador e conta com o apoio de sua aliada e sucessora Claudia Sheinbaum. Obrador defendeu a iniciativa como uma forma de democratizar a Justiça e acabar com um sistema corrupto e elitista de indicações políticas. Para os críticos, a mudança visa beneficiar o partido do presidente e Sheinbaum e irá enfraquecer o equilíbrio entre os poderes.