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Supergrão das antigas, freekeh é o novo alimento da moda no Brasil

Pode ser consumido em saladas, sopas, como acompanhamento e até como trigo integral em receitas - Divulgação
Pode ser consumido em saladas, sopas, como acompanhamento e até como trigo integral em receitas Imagem: Divulgação

Laís Peterlini

Do UOL, em São Paulo

03/05/2013 07h00Atualizada em 03/05/2013 11h06

Conhecido pelos árabes há mais de quatro mil anos, o freekeh (lê-se “frique”) é novidade em alguns restaurantes brasileiros e mania entre gourmets dos Estados Unidos e da Europa. Originário da Síria, o grão tem ficado famoso até entre celebridades, como a apresentadora Oprah Winfrey, que declarou ser fã desse tipo de trigo. Também conhecido como friki ou trigo verde, ele tem propriedades nutricionais que o colocam no grupo dos “supergrãos”.

Seu cultivo começou há cerca de dez mil anos. A colheita do trigo era feita com a semente ainda verde. Segundo a nutróloga e diretora da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) Marcella Garcez, além de ser colhido precocemente, o trigo passava por um processo de queima. “Era colocado para secar na palha e em seguida as sementes eram esfregadas. O resultado era uma semente quebradinha, sem casca e de cor preta”, afirma.

O novo queridinho tem alto teor de proteínas, grande quantidade de fibras alimentares e baixo índice glicêmico. “Além disso, o freekeh possui amido resistente, sendo considerado um prebiótico porque estimula a proliferação das bactérias ‘boas’ do sistema digestivo”, diz a nutricionista Hediane Warrak, da Unimed Rio. 

A lista de benefícios do grão milenar não para por aí. “Ele também auxilia a regulação intestinal, reduz o risco de desenvolver doenças do intestino, ajuda no controle da diabetes, previne degeneração muscular e contribui para perda de peso por dar a sensação de saciedade”, explica Warrak.

Outra vantagem do trigo verde é que ele é versátil. “Pode ser consumido no meio de saladas, sopas, como acompanhamento e até mesmo como trigo integral em receitas”, ressalta Garcez. Uma dica da nutricionista da Unimed Rio é torrar o friki em uma frigideira, para ser consumido descascado, como se fosse um amendoim.

Nova quinoa

Alto valor proteico e baixo índice glicêmico também são propriedades da quinoa, grão da planta de mesmo nome que teve seu momento de fama, mas tem sido deixado de lado pelos gourmets pelo preço alto.

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    O freekeh tem alto teor de proteínas, grande quantidade de fibras e baixo índice glicêmico

O tipo de trigo já tem sido divulgado por pessoas ligadas às novidades em superalimentos, como Michelle Franzoni, que emagreceu 32 kg com reeducação alimentar e procura sempre novidades que auxiliam o emagrecimento. Em seu Blog da Mimis, onde ela compartilha dicas de alimentos que ajudam a emagrecer e proporcionam o bem-estar, Franzoni indicou o freekeh, que foi muito bem recebido pelas leitoras.

A comparação das tabelas nutricionais entre os grãos não deixa dúvida de que o freekeh pode ser considerado a “nova quinoa”: 100g de freekeh possuem 16,5 g de fibras e 12,6 g de proteínas, enquanto a quinoa contém 14,1 g de proteínas e apenas 5,1 g de fibras. A nutróloga da Abran destaca que o trigo verde tem um sabor defumado e mais acentuado, enquanto a quinoa tem um toque amargo.

Porém, a nutróloga avisa que por ser um grão, contém glúten, portanto, o freekeh não pode ser consumido por pessoas que tenham doença celíaca.

O freekeh está, aos poucos, conquistando seu espaço no Brasil e por isso ainda não é encontrado tão facilmente. Alguns restaurantes e empórios árabes, além de lojas de produtos naturais, já possuem o supergrão que promete ser, apesar de antigo, a nova aposta dos adeptos da alimentação saudável.