Malhar pensando só na beleza não faz mal, mas é preciso acompanhamento
Há indivíduos que se dedicam à atividade física pensando unicamente na saúde; outros, nem sabem o quanto a prática faz bem porque se exercitam com a ideia fixa de adquirir um corpo o mais próximo possível da perfeição. Desde que todos façam exercícios sob orientação profissional, e de forma segura, não há problema, dizem os especialistas.
“O apelo estético representa a melhora da autoestima e a vontade de continuar pelos resultados já obtidos. Então, se isso traz felicidade e regularidade na ginástica, não tem por que criticar”, considera Pablius Braga, médico do esporte, coordenador do Centro de Medicina do Exercício e do Esporte do Hospital Nove de Julho (SP).
Pela sua experiência clínica, ele acredita que muitas pessoas procuram uma modalidade física ou esportiva por questões de saúde, ou seja, por recomendação de algum médico. “Já existem evidências do papel do exercício na melhora do tratamento de diabetes, hipertensão arterial e obesidade. Então, muitas vezes o paciente sai do consultório direto para a academia.”
Mundo eletrônico: ócio à vista
Com ele concorda a educadora física Katia Cilene Aquino, pós-graduada em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício e com especialização em natação e ginástica. “Seja por que motivo for, vale a pena investir na malhação. Hoje, com a vida repleta de recursos e facilidades eletrônicas, é muito fácil o sujeito virar sedentário. E, aí, se sofrer com estresse e não cuidar da alimentação, chegará a um desequilíbrio total que, em algum momento, mostrará os sinais de desgaste do organismo.”
Não há dúvida de que o culto ao corpo, tão comum atualmente, influencia na decisão de procurar uma academia ou iniciar a prática de esportes – o que é sempre bom. Se a pessoa tiver consciência, também, do quanto está beneficiando sua saúde, melhor ainda.
“O exercício é imprescindível para se ter um organismo saudável. O favorecimento é geral: circulação sanguínea, capacidade pulmonar, funcionamento intestinal, irrigação dos discos intervertebrais. E ajuda a manter uma série de doenças à distância, como diabetes”, salienta Thiago Martins, fisioterapeuta do Residencial Vida Nova (SP), pós-graduado em Ortopedia e Traumatologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Bons hábitos são imprescindíveis
É importante, no entanto, que qualquer treino seja feito de forma monitorada, ou seja, com acompanhamento profissional. E, não interessa se o objetivo é ganhar saúde ou beleza, tem que cuidar também de outros aspectos que influenciarão diretamente nessas conquistas, como alimentação, sono de qualidade e bons hábitos, como não fumar e não exagerar na bebida.
“Para o controle do peso, por exemplo, na maioria das vezes não adianta apenas malhar, é necessário ter um menu equilibrado que priorize itens pouco gordurosos”, diz a professora da Competition (SP), Katia Cilene Aquino.
Segundo o Ministério da Saúde, se toda a população brasileira fizesse 30 minutos de exercício, cinco vezes por semana, e mudasse favoravelmente seu padrão alimentar, seria possível evitar mais de 260 mil mortes por ano causadas por males como câncer e doença coronariana crônica.
Aliás, quem faz ginástica em tal tempo e regularidade deixa de ser sedentário, de acordo com o Colégio Americano de Medicina Esportiva e a Associação Americana do Coração.
Programa tem que ser completo
Os exercícios mais recomendados são os que movimentam grandes grupos musculares, como caminhada, corrida, ciclismo e natação, complementados pelos anaeróbios – musculação, por exemplo.
“Eles atuarão em ossos e músculos, melhorando a força, a resistência e a postura”, assegura Katia Cilene Aquino. A intensidade deve ser moderada, isto é, confortável. O alongamento, após a sessão, é recomendável, pois ajudará na recuperação da musculatura e aumentará a flexibilidade articular.
Tanto o malhador incentivado pela estética quanto o que almeja a saúde devem ter em mente que o organismo ‘precisa’ de ginástica. “O corpo é feito de muitas estruturas que estão relacionadas a movimento – como ossos, músculos e articulações. Então, para que os órgãos funcionem adequadamente, é importante que o físico não fique parado. Todas as funções melhoram: a do coração, que fica menos sobrecarregado; respiração, adquirindo ritmo e aproveitando o oxigênio do ar; circulação sanguínea, facilitando o transporte de nutrientes; imunidade, prevenindo infecções e deixando a defesa sempre alerta”, diz Pablius Braga, médico do esporte.
Sem ginástica, saúde frágil
O sedentarismo, por outro lado, está descrito hoje como um coadjuvante no desenvolvimento da obesidade. Ele leva, ainda, à perda da força muscular e consequente desgaste de ossos e articulações, detonando disfunções como osteoporose e osteoartrite, respectivamente.
“Indivíduos com doenças já instaladas, como diabetes, hipertensão ou que tiveram infarto, terão grandes riscos caso se mantenham sedentários e mal assistidos”, considera Braga.
Para vencer o sedentarismo, os profissionais defendem, vale todos os argumentos, das conquistas estéticas às voltadas para a saúde.
“Nosso corpo é ‘esperto’: quanto menos a pessoa faz, menos ele estará disposto a colaborar. Então, o caminho é começar logo, já. Rapidamente, a pessoa se sentirá estimulada pelas diversas alterações fisiológicas que irão ocorrer, beneficiando não só sua saúde como também sua beleza”, conclui o fisioterapeuta Thiago Martins.
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