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Menina com hidrocefalia sorri pela primeira vez depois de cirurgia

Do UOL, em São Paulo

25/07/2014 13h55

A menina indiana Roona Begum, 3, que sofre com a hidrocefalia, está sorrindo pela primeira vez depois de ter passado por várias operações para drenar o líquido que inchava sua cabeça. Com os procedimentos ela conseguiu reduzir a circunferência do crânio de 37 cm para 23.

Roona precisou voltar para o hospital próximo de Nova Déli, na Índia, no ano passado, para passar por uma nova cirurgia destinada a tirar alguns ossos do crânio. Depois que ela recebeu alta, os cirurgiões avisaram aos pais que ela teria poucas chances de sobrevivência, mas agora ela chocados os médicos por estar viva, sorrindo e dando risadas.

Em entrevista ao Daily Mail, a mãe da garota, Fátima Roona Khatun, 23, contou os avanços da filha depois da cirurgia. "Ela está muito melhor agora. Consegue manter a cabeça reta e pode se movimentar de um lado para o outro sozinha. Ela responde a outras crianças e sorri quando alguém chama seu nome", afirma.

"Eu ficaria muito feliz se Roona pudesse ficar de pé e falar, ser como uma criança normal. Esperamos que um dia ela possa ir para a escola", diz Khatun.

A garota ainda não consegue andar devido ao peso da cabeça. No entanto, Roona é capaz de engatinhar, comer, dormir e interagir com seus pais em sua casa, em Tripura, na Índia.

O neurocirurgião Sandeep Vaishya, que acompanha a garota, ficou surpreso pela recuperação, mas afirma que ainda há um longo caminho pela frente. "Ela começou a rir, faz um monte de sons e ocasionalmente fala algumas palavras. Roona também ganhou peso e suas atividades têm melhorado, mas se ela será capaz de viver uma vida normal, ninguém pode dizer”, avalia.

O neurocirurgião, no entanto, afirma que o mais provável é que fique alguma sequela. “Um caso grave de hidrocefalia normalmente causa algum dano ao cérebro”, diz.

Graças ao progresso de Roona, Vaishya quer que ela passe por mais uma operação para reduzir ainda mais o tamanho de sua cabeça.

No entanto, o pai dela, Abdul Rahman, 21, está preocupado com os riscos. “Minha esposa passou por muita coisa com a condição de Roona e no passado as pessoas até sugeriam que a gente entregasse nossa filha para um orfanato, mas a gente sempre quis que ela ficasse com a gente", conta o pedreiro, analfabeto, que ganha apenas duas libras por dia (aproximadamente R$ 7,60).

"Se os médicos puderem garantir que a cirurgia vai dar certo e que vão fazer o melhor, fazer com que Roona possa ficar sentada e conversar, como uma criança normal, então nós queremos. Mas se eles não podem nos dar essa garantia, então preferimos que ela fique como está”, conta Rahman.