Bebê Sofia deve ir para casa nas próximas semanas
Está díficil para a família da bebê Sofia Gonçalves de Lacerda, de um ano, conter a ansiedade. Ontem, a bebê deixou a UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Jackson Memorial Hospital, em Miami, nos Estados Unidos, cinco dias depois de passar por uma cirurgia para ajustar a colostomia (bolsa externa ligada ao intestino para facilitar a eliminação das fezes) e aguarda a alta médica para ir pra casa. A expectativa da família é que isso ocorra nas próximas semanas.
"A Sofia está bem, muito forte e muito esperta, e estamos ansiosos para que ela vá para casa logo. Queremos que ela faça tudo o que qualquer criança faz e isso só será possível quando ela deixar o hospital e for para casa", afirmou Patrícia Gonçalves, a mãe de Sofia.
Segundo ela, Sofia se recupera bem da cirurgia e de todos os procedimentos realizados anteriormente, inclusive o transplante de cinco órgãos, ocorrido em 10 de abril e que era fundamental para que ela sobrevivesse. A criança possui a chamada Síndrome de Berdon, doença que compromete o funcionamento dos sistemas digestório e excretor.
Ela contou ainda que está preparando a casa para receber a filha, que irá contar com serviço de home care enquanto estiver fora do hospital. "Ela já estava bem perto de receber alta, mas aí houve esse imprevisto, a necessidade dessa cirurgia. Além disso, nossa casa é bem próxima ao hospital, podemos voltar muito rapidamente se for necessário", diz.
Recuperação
Segundo o médico brasileiro Rodrigo Vianna, Sofia está em observação no quarto. O próximo passo, segundo ele, é a retirada total da alimentação parenteral, na qual Sofia recebe nutrientes diretamente na corrente sanguínea.
"Nosso objetivo agora é tirar a NPT (Nutrição Parenteral Total), fazendo com que a Sofia receba, por sonda e por ingestão normal, todo o alimento de que precisa. Depois disso, virá a alta", disse o profissional, que preferiu não estipular data para a alta.
O caso
Sofia nasceu em 24 de dezembro de 2013 e permaneceu internada no Hospital das Clínicas da Unicamp, em Campinas (SP). Lá, a menina recebeu atendimento e a família teve a confirmação de que ela era portadora da Síndrome de Berdon.
Para sobreviver, Sofia necessitava de um transplante multivisceral, que inclui estômago, fígado, pâncreas e intestinos. Ela está internada no Jackson Memorial desde 3 julho do ano passado, quando chegou aos Estados Unidos, depois que uma decisão judicial determinou que o SUS (Sistema Único de Saúde) bancasse o custo do procedimento, que é de US$ 1,2 milhão (R$ 3,7 milhões).
Antes de conseguir o doador, um norte-americano do estado da Flórida, Sofia já havia passado por três cirurgias no Brasil para amenizar o problema.
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