Sobe para 3.893 o número de casos de microcefalia no país
O número de casos de microcefalia notificados no país subiu para 3.893, segundo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde. Os registros foram feitos em 764 municípios, distribuídos em 21 unidades da federação. O total representa um crescimento de 10,2% em relação ao último boletim, divulgado na semana passada. Eram 3.530 casos suspeitos.
Até agora, foram notificadas 49 mortes provocadas pela malformação, seis elas confirmadas como tendo relação com a infecção por zika vírus - uma no Ceará, uma em Minas Gerais e quatro no Rio Grande do Norte.
Desde o final de outubro, foram confirmados 224 casos da doença relacionados ao zika vírus e 282 foram descartados. “Já temos uma referência para entender o que está acontecendo em relação ao aumento de casos de microcefalia no país”, afirmou o diretor do departamento de Vigilância em Saúde, Claudio Maierovitch.
Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia em recém-nascidos, continua a ser o Estado com o maior número de casos suspeitos (1.306), o que representa 33% do total registrado em todo o país. Depois dele, os Estados de maior incidência é Paraíba (665), Bahia (496), Ceará (216), Rio Grande do Norte (188), Sergipe (164), Alagoas (158), Mato Grosso (134) e Rio de Janeiro (122).
O zika vírus, até o momento, circula em 20 Estados.
Crescimento em menor ritmo
O ministério informou, no entanto, que se tem observado uma redução no número de novos casos em relação às semanas epidemiológicas anteriores. “Houve um pico na semana 49 (entre 6 e 12 de dezembro) e estamos observando uma redução, inclusive por causa da atualização dos dados (aumento de casos descartados)”, afirmou Wanderson Oliveira, coordenador de Vigilância e Respostas às Emergências.
Maierovitch diz que está sendo observada uma tendência de diminuição de casos de crianças nascidas com microcefalia na região Nordeste. Ele salientou, no entanto, que o Brasil está no “período habitual aumento dessas doenças no Brasil".
Zika vírus é capaz de atravessar placenta
O Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná, confirmou que o vírus zika é capaz de atravessar a placenta durante a gestação. A análise foi feita a partir de amostras de uma paciente do Nordeste que sofreu um aborto retido –quando o feto deixa de se desenvolver dentro do útero– durante o primeiro trimestre de gravidez.
É a primeira vez que se identifica material genético de um vírus no tecido da placenta. O achado confirma a transmissão do vírus via placenta, segundo os pesquisadores.
Mais exames, mais diagnóstico
O Ministério da Saúde afirmou que ampliará em 20 vezes a capacidade dos laboratórios públicos para a realização de exames para o diagnóstico do zika virus, com a aquisição de 500 mil kits de teste de PCR (biologia molecular). Com isso, os laboratórios terão capacidade para fazer até 20 mil diagnósticos mensais. Hoje, eles conseguem fazer até mil.
As primeiras 250 mil unidades serão entregues em fevereiro inicialmente para 27 laboratórios, sendo quatro de referência e 23 Laboratórios Centrais de Saúde Pública. A previsão é que os outros 250 mil testes estejam disponíveis a partir do segundo semestre.
Na semana passada, a Fiocruz anunciou a criação de um kit rápido capaz de diagnosticar o zika vírus, a dengue e a chikungunya, que ainda está em fase de testes e também deve ser usado pelo Ministério da Saúde para diagnóstico das três doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Vírus está em toda América Latina
A Opas (Organização Pan-americana de Saúde) confirmou que o zika vírus já está presente em praticamente toda a América Latina e no Caribe. Nos Estados Unidos, cinco pessoas, incluindo duas grávidas, tiveram testes positivos para o vírus zika.
Os casos norte-americanos surgiram após as pessoas viajarem para países nos quais o vírus circula. Na última sexta-feira (15), o país alertou mulheres grávidas para que evitem viajar a 14 países da América Latina e do Caribe por causa da incidência da doença.
(Com Agência Estado)
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