Injeções têm bons resultados e prometem ajudar no combate à enxaqueca
Dois novos tratamentos prometem revolucionar o combate à enxaqueca crônica. Os experimentos, publicados no renomado "The New England Journal of Medicine" na última quinta-feira (30), trazem o primeiro grupo de drogas desenvolvido especificamente para este problema.
Duas experiências foram publicadas. A primeira pesquisa colocou 955 pacientes divididos em três grupos: um tratado com 70 mg do anticorpo "erenumabe", outro com 140 mg e outro com placebo durante seis meses. O primeiro grupo viu o número de enxaqueca reduzir, em média, 3,2 dias; o segundo, em 3,7 dias; enquanto o terceiro, apenas 1,8 dia.
De acordo com a pesquisa, o único efeito colateral relatado de forma mais ampla pelos pacientes foi uma dor no local da aplicação da injeção.
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Na segunda, o anticorpo usado chama-se "fremanezumabe". Nesta, 1130 pacientes também foram divididos em três grupos no mesmo período: um recebia a droga trimestralmente; outro, mensalmente; e outro, placebo. O primeiro grupo experimentou uma diminuição mensal de 50%; o segundo, de 40%; enquanto o terceiro de 18%.
De acordo com o neurologista Mário Peres, do Hospital Israelita Albert Einstein, a grande diferença deste tratamento é que, pela primeira vez, ele ataca diretamente uma das fontes da enxaqueca, a molécula CGRP.
"Pessoas com a molécula CGRP tendem a apresentar níveis maiores de enxaqueca", explica o neurologista. "A aplicação da substância joga o anticorpo para sequestrar esta molécula, o que a diminui em níveis razoáveis e a enxaqueca não dispara tanto."
Atualmente, a medicina usa outros tratamentos para resolver o problema. "Geralmente, tratamos enxaqueca com uma série de medicamentos ou outras formas, como a aplicação de botox, por exemplo, mas esta é uma substância usada para outros fins", afirma Peres.
A medicação deverá ser aprovada pela FDA (a Anvisa norte-americana), órgão regulador de medicamentos nos Estados Unidos, no primeiro semestre de 2018, o que acarretará na liberação de diversos países. No Brasil, estima-se que será liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no segundo semestre de 2018 ou no começo de 2019.
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