Ex-secretário pagará R$ 50 mil por tomar vacina e furar fila em GO, diz MP
O ex-secretário de Saúde de Pires do Rio (GO) Assis Silva Filho fechou acordo com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e se comprometeu a pagar multa de R$ 50 mil após incluir esposa e ele na fila de vacinação contra a covid-19, antes mesmo de grupos prioritários. O valor será pago em três vezes e destinado às ações de prevenção e combate à pandemia.
No acordo, Silva Filho admite ainda a prática do crime de concussão —previsto no artigo 316 do Código Penal e prevê pena que varia de 2 a 12 anos de reclusão— por ter furado o cronograma determinado nos Planos Estadual e Nacional de Imunização contra a doença. Ele também terá que prestar serviços à comunidade no Hospital Municipal de Pires do Rio, num total de 100 horas, distribuídas em cinco meses.
Segundo o promotor de Justiça Marcelo Borges do Amaral, que articulou a celebração do acordo, somente após a comprovação do cumprimento de todas essas condições definidas é que o procedimento investigatório criminal instaurado pela promotoria poderá ser arquivado.
O MP apurou ainda além dele e da esposa, Silva Filho favoreceu uma terceira pessoa não identificada na fila da vacinação.
Silva Filho foi afastado do cargo por 60 dias e, depois, pediu exoneração do cargo no início da semana. No pedido, acatado pela prefeita Cida Tomazini (Podemos), o secretário disse que sua decisão foi de "cunho pessoal" e era "irrevogável" e "irretratável".
Na semana passada, Assis Silva publicou um vídeo em suas redes sociais pedindo desculpas por ter vacinado a esposa. O secretário, que também é pastor da igreja Vitória em Cristo, admitiu o erro ao se comparar com os equívocos cometidos por "grandes vultos da Bíblia" e pediu perdão a Deus pelo seu ato.
"Hoje, de uma maneira especial, eu venho prestar contas dos meus atos. Antes de qualquer coisa, eu quero pedir perdão para Deus, pedir perdão para a igreja, pedir desculpas aos que confiaram no projeto e colocaram na minha mão. Eu quero pedir desculpas a toda população de Pires do Rio", disse o secretário em uma live ao lado da mulher, que também é pastora.
Segundo Silva Filho sua atitude teve o objetivo de proteger quem ele chamou de "mulher da minha vida". "Foi com intuito de resguardar e preservar a saúde e a vida da mulher da minha vida. Sou capaz de dar minha própria vida por ela", afirmou na ocasião.
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