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Luana Araújo: Não dá para tratar vacina como bala de prata contra dengue

A vacina contra a dengue não deve ser encarada como uma "bala de prata" para combater a doença, afirmou a infectologista Luana Araújo no UOL News da manhã desta quarta-feira (7).

Os casos de dengue no país aumentaram 170% nas primeiras três semanas de 2024 em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Ministério da Saúde.

A gente tem um cenário bastante complexo, difícil, multifatorial e é impossível tratar vacina como bala de prata contra dengue, que já não seria isso no cenário comum. No cenário que temos no Brasil hoje, muito menos.

Se a gente não investir em estratégias múltiplas, a gente não vai conseguir minorar esse problema que estamos enfrentando este ano.

Surto negacionista contra dengue provocará mortes, diz Luana

Ela também chamou a atenção para falsos tratamentos contra a doença.

A dengue é só mais uma dessas searas de disputa entre o absurdo e a realidade, dessa distopia vergonhosa e vexatória que temos que lidar todos os dias. Tem um monte de gente preconizando ivermectina para dengue.

Há um surto apoiado por uma formação médica extremamente deficitária e um conselho omisso, que permite que as pessoas fiquem nessa situação de vulnerabilidade. A gente tem um controle ambiental deficitário, um mosquito favorecido, a reintrodução de sorotipos, gestões com deficiências de atuação e todo um contexto de charlatões tentando se aproveitar dessa história.

Para a população brasileira média, isso é muito grave, porque as pessoas não estão conseguindo acesso às informações e ferramentas que elas precisam para lidar com isso. Não à toa, estamos prevendo até seis milhões de casos, o que vai levar a vida de bastante gente de maneira completamente desnecessária.

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Confira os sintomas da dengue

Febre, dor no corpo e articulações estão entre os sintomas mais comuns da doença.

A vacinação contra a dengue no SUS será iniciada neste mês, em duas doses, e irá priorizar crianças e adolescentes (mais informações).

Dengue tem cura?

Embora muitos casos possam ser autolimitados, isto é, se resolvem sozinhos, quando os sintomas são mais intensos, não existe cura para a dengue.

Como é feito o tratamento?

O objetivo do tratamento é aliviar sintomas e prevenir o agravamento da infecção.

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Nos casos leves, a estratégia terapêutica prevê o uso de analgésicos e antitérmicos (como o paracetamol), além de hidratação oral (água, suco, chá, soro caseiro).

O uso do ácido acetilsalicílico (AAS) e anti-inflamatórios como a dipirona não é recomendado, dado o risco de sangramentos e alterações renais.

Nos quadros de manifestações hemorrágicas, o tratamento de suporte é hospitalar e se baseia na hidratação.

Sintomas da dengue em casos graves

Os sintomas da dengue em casos graves são semelhantes ao da doença leve.

A diferença é que no terceiro ou quarto dia da infecção ocorre choque hemorrágico (a pessoa perde sangue o que faz com que seu coração perca a capacidade de bombear a quantidade necessária para nutrir vários órgãos do organismo), e desidratação severa. Os sinais de alerta são os seguintes:

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  • Dor abdominal intensa
  • Vômito persistente
  • Respiração acelerada
  • Sangramento de mucosa ou outra hemorragia
  • Fadiga, agitação ou confusão mental
  • Algumas pessoas ainda apresentarão quadros neurológicos, como convulsões e irritabilidade

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