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Em julgamento, neonazista alemã nega assassinatos de imigrantes

Beate Zschäpe, membro do grupo neonazista NSU, comparece a julgamento em Munique, na Alemanha - Tobias Hase/Efe
Beate Zschäpe, membro do grupo neonazista NSU, comparece a julgamento em Munique, na Alemanha Imagem: Tobias Hase/Efe

Em Munique

09/12/2015 11h31

A principal acusada em um julgamento de uma rede neonazista na Alemanha negou nesta quarta-feira no tribunal qualquer responsabilidade em uma série de assassinatos que sacudiu o país entre os anos 2001 e 2007.

"Não estou envolvida nem na preparação, nem na execução desses assassinatos", afirmou Beate Zschäpe, 40, em declaração lida pelo advogado.

Ela, no entanto, se declarou moralmente responsável por não ter conseguido impedir que seus dois cúmplices --Uwe Böhnhardt (34 anos) e Uwe Mundlos (38)-- cometessem os crimes e por isso pediu desculpas às famílias das vítimas.

A acusada rompeu assim o silêncio que mantinha há dois anos e meio, quando começou o processo judicial.

Beate Zschäpe e seus cúmplices faziam parte de um pequeno grupo neonazista chamado Clandestinidade Nacional Socialista (NSU).

Zschäpe, que pode pegar prisão perpétua pelos crimes, afirmou não saber que convivia com duas pessoas "para quem a vida humana não tinha valor".

Ela é julgada desde 2013 por sua participação em dez assassinatos, dois atentados contra comunidades estrangeiras e 15 assaltos a mão armada.

Seus cúmplices foram achados mortos no final de 2011 pelos policiais que iam prendê-los depois de um assalto a banco.

A polícia não conseguiu determinar se os dois se suicidaram ou um matou o outro antes de tirar a própria vida.

As 10 pessoas assassinadas pelo grupo eram em sua maioria turcos ou oriundos da Turquia.