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Coreia do Norte anuncia simulação de ataque nuclear contra Coreia do Sul

KCNA/Reuters
Imagem: KCNA/Reuters

Em Seul

20/07/2016 09h05

A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (20) testes balísticos, supervisionados pessoalmente pelo líder supremo Kim Jong-un, para colocar à prova sistemas de detonação diante de possíveis ataques nucleares contra alvos americanos na Coreia do Sul.

Os lançamentos de três mísseis balísticos na terça-feira foram considerados um sinal de irritação de Pyongyang ante o anúncio da mobilização iminente na Coreia do Sul de um escudo antimísseis americano.

Estados Unidos, Coreia do Sul e Japão condenaram os lançamentos dos mísseis Scud e de um Rodong de alcance médio e anunciaram uma reação coordenada diante das repetidas violações por parte de Pyongyang das resoluções da ONU, que proíbem qualquer tipo de programa nuclear e balístico.

Os lançamentos foram ordenados e supervisionados pessoalmente por Kim Jong-Un, segundo a agência oficial norte-coreana KCNA.

O alcance dos mísseis foi limitado, segundo a agência, com o objetivo de simular ataques nucleares preventivos de portos e aeródromos sul-coreanos nos quais estão mobilizados materiais militares americanos.

Os lançamentos estavam destinados a examinar "as características operacionais dos sistemas de detonação das ogivas nucleares dos mísseis balísticos à altitude designada acima da zona determinada", disse a KCNA.

Segundo o exército sul-coreano, os dois Scud percorreram entre 500 e 600 quilômetros em direção ao mar do Japão. O Rodong foi lançado uma hora depois.

Uma foto publicada pelo jornal do partido único no poder, Rodong Sinmun, mostra o líder norte-coreano em uma mesa de escritório coberta por um grande mapa da península coreana. É possível ver claramente uma trajetória de voo entre a Coreia do Norte e as costas meridionais da Coreia do Sul, onde se encontram os grandes portos de Ulsan e Pusan.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, considerou estes lançamentos muito inquietantes.

Nas últimas semanas, a Coreia do Norte multiplicou as ameaças de ataques nucleares preventivos contra o Sul e contra alvos americanos em território sul-coreano. Mas seu principal objetivo é conquistar uma força de ataque nuclear crível contra o continente americano.

Os testes de mísseis dos últimos tempos tendem a reforçar esta ameaça. Isso levou Seul e Washington a anunciar a mobilização até o fim de 2017 do sistema antimísseis THAAD(Terminal High Altitude Area Defence), um dos mais eficazes do mundo.

Pyongyang também ameaçou na semana passada com uma "ação física" contra o escudo antimísseis.

Cerca de 30.000 soldados americanos estão mobilizados de forma permanente na Coreia do Sul.

As relações entre Estados Unidos e Coreia do Norte se deterioraram ainda mais após a decisão de Washington de colocar Kim Jong-un em sua lista negra de sanções contra indivíduos. Pyongyang também anunciou o fim das vias de comunicação que ainda tinha com Washington.