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Cuba indulta 787 presos a pedido do papa

Francisco foi o terceiro papa a visitar a ilha desde 1998 - Alessandra Tarantino/AP
Francisco foi o terceiro papa a visitar a ilha desde 1998 Imagem: Alessandra Tarantino/AP

Em Havana

15/11/2016 12h03

Cuba respondeu ao pedido internacional do papa Francisco pelo Ano Santo da Misericórdia indultando 787 presos, entre eles jovens, mulheres e enfermos, segundo um comunicado oficial.

"O Conselho de Estado da República de Cuba, [presidido por Raúl Castro] em resposta ao pedido do papa Francisco aos chefes de Estado no Ano Santo da Misericórdia, concordou em indultar 787 sancionados", disse o texto publicado na capa do jornal oficial "Granma".

"Foram levados em conta as características dos crimes, a conduta durante o cumprimento da pena e o tempo de cumprimento da pena", informou o texto.

As autoridades excluíram pessoas condenadas "por delitos de assassinato, homicídio, corrupção de menores, estupro, tráfico de drogas e outros de extrema periculosidade".

Por razões humanitárias, "também foram incluídos nesse indulto mulheres, jovens, enfermos, e outras categorias".

Francisco lançou no dia 15 de dezembro de 2015 sua mensagem "Vença a indiferença e conquiste a paz", pela qual pediu às autoridades de todo o mundo que melhorassem as condições carcerárias dos presos e "considerassem a possibilidade de uma anistia".

O governo de Cuba já havia indultado 3.522 presos em setembro do ano passado, um gesto de boa vontade a uma semana da visita de Francisco à ilha.

Cuba, com 11,2 milhões de habitantes, tem uma grande população penal, segundo fontes da dissidência. As autoridades não publicam o número de presos.

Francisco, terceiro papa a visitar a ilha desde 1998 (depois de João Paulo 2º e de Bento 16), teve um papel de destaque na mediação entre Cuba e Estados Unidos durante as negociações que resultaram no restabelecimento das relações diplomáticas em julho de 2015.

O pontífice voltou a Havana no dia 12 de fevereiro deste ano para o histórico encontro com o patriarca russo Kiril, que pôs fim ao desencontro das igrejas católica e ortodoxa desde 1054.