Desafio da USP é educar para as incertezas, diz ex-premiê
Esse é o mote do evento USP 2024, feito em conjunto com o jornal O Estado de S. Paulo, que teve início na terça-feira, 8, e prossegue até sexta-feira, 11, reunindo reitores de seis universidades estrangeiras parceiras: Humboldt, de Berlim, de Buenos Aires, de Tsukuba, Jean Moulin Lyon 3 e Sorbonne Paris Cité.
O físico José Goldemberg, ex-reitor da USP e atual presidente da Fapesp, explicou que a ideia surgiu quando ele coordenou um estudo sobre os 80 anos da USP. "O que descobrirmos é que há altos e baixos. Somos uma universidade pública que custa para o povo de São Paulo parte dos seus impostos e por isso temos de responder às demandas do povo. A pergunta era: fizemos isso? Em parte, sim, mas a qualidade do trabalho não é tão grande quanto o esperado", disse. "Estamos entre as 200 melhores universidades do mundo. É bom, mas poderia ser melhor", afirmou Goldemberg.
Convidado especial para a discussão, o ex-primeiro-ministro espanhol Felipe González, que assume a Cátedra José Bonifácio da USP nesta semana, ressaltou que o maior desafio que as universidades têm pela frente é "educar as novas gerações para as incertezas". Para ele, a universidade tem de antecipar o futuro, não apenas relatar o passado. "É a única maneira de garantir que teremos capacidade de resposta e adaptação às mudanças que teremos", disse. Ele afirmou que é preciso ensinar, acima de tudo, a ser criativo. "Em 2024, provavelmente, haverá 60% a 70% de novas atividades que ainda não existem nem podemos imaginar."
Financiamento
Marco Antonio Zago, atual reitor da USP, disse que um dos desafios do futuro é como financiar a universidade. Se deve ser uma responsabilidade das famílias dos estudantes ou da sociedade, com impostos, por exemplo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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