Topo

Operação prende vice de Direitos Humanos e advogados suspeitos de colaboração com o PCC

Luiz Carlos dos Santos, vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo, é preso em Cotia por suspeita de receber dinheiro da facção criminosa PCC - MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Luiz Carlos dos Santos, vice-presidente do Conselho Estadual dos Direitos Humanos de São Paulo, é preso em Cotia por suspeita de receber dinheiro da facção criminosa PCC Imagem: MARCELO GONCALVES/SIGMAPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Em Sorocaba (SP)

22/11/2016 09h33

Uma operação do Ministério Público Estadual e da Polícia Civil cumpre, nesta terça-feira (22), 41 mandados de prisão e 65 mandados de busca e apreensão contra advogados e outros investigados suspeitos de ligação com a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) em várias cidades do Estado de São Paulo. Dos mandados de prisão, 40 são de advogados.

As investigações foram iniciadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão do Crime Organizado (Gaeco) em Presidente Prudente, onde já foram efetuadas prisões. Na região de Campinas, ao menos três advogados foram detidos. Segundo balanço da Polícia Civil da manhã, 33 pessoas já foram presas.

São suspeitos de colaborar com a facção na elaboração de uma lista com os nomes de agentes penitenciários que seriam colocados como alvos do PCC. Também usariam contas bancárias pessoais para lavar dinheiro obtido com o tráfico de drogas.

Em Cotia, na Grande São Paulo, foi preso o vice-presidente do Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana), Luiz Carlos dos Santos. Ele é acusado de receber R$ 130 mil do PCC. Promotores e policiais fizeram buscas na sede do conselho, na capital. Houve prisões na região de Presidente Prudente, onde estão os presídios de segurança máxima que abrigam integrantes da cúpula do PCC.

OAB

Em nota divulgada no início da tarde desta terça-feira, a OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil, Seção São Paulo) se manifestou oficialmente sobre a Operação Ethos.

Segundo a entidade, "tão logo tomou conhecimento das diligências, nas primeiras horas do dia, determinou o acompanhamento por meio de sua Comissão de Direitos e Prerrogativas Profissionais, para assegurar o respeito aos direitos dos profissionais".

A OAB-SP, que reúne mais de 350 mil advogados, afirma ainda que, "na medida em que tiver ciência das acusações que lhes [aos advogados] estão sendo imputadas -- e assegurado o direito de defesa -- promoverá as apurações necessárias".

Detalhes sobre a operação serão conhecidos logo mais, às 15h, quando o secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Mágino Alves Barbosa Filho, falará oficialmente sobre o caso.