Adriana Ancelmo chega para prisão domiciliar sob gritos de "safada" e panelaço
A ex-primeira dama do Rio Adriana Ancelmo deixou no início da noite desta quarta-feira (29) o Complexo Penitenciário de Gericino (Bangu), na zona oeste do Rio, para cumprir prisão domiciliar. A mulher do ex-governador do Rio Sérgio Cabral foi levada para seu apartamento no Leblon, zona sul. Ela estava presa preventivamente desde dezembro.
Adriana chegou à rua Arístides Espinola, onde fica o apartamento, sob protestos de manifestantes e vizinhos, alguns com cartazes, outros gritando e batendo panelas nas janelas. Entre as ofensas, palavras de "canalha", "safada" e "volta para Bangu". Uma grande concentração de jornalistas aguardava a chegada da ex-primeira-dama, e a entrada do carro da Polícia Federal na garagem levou alguns minutos por causa da obstrução na rua.
O desempregado Edson Rosa, 47 anos, aguardava a chegada de Adriana Ancelmo com cartazes de protestos. Ele diz que costuma frequentar manifestações no Rio por não tolerar mais a corrupção: "Temos que mostrar nossa insatisfação".
O porteiro do prédio de Adriana, que não se identificou, contou que, como a Justiça determinou que ninguém tenha acesso a internet ou telefone enquanto esteja dentro do imóvel de Adriana, uma caixa na entrada do prédio está sendo usada para que os quatro funcionários da família Cabral deixem seus celulares. Isso está ocorrendo há mais de três dias. Os filhos e familiares do casal também estão deixando seus aparelhos na portaria.
O juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, emitiu mais cedo o alvará de soltura de Adriana. Bretas concedeu a mudança no regime prisional em 17 de março, mas a decisão foi suspensa pelo desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Posteriormente, a defesa de Adriana conseguiu a manutenção da decisão de Bretas no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O magistrado encaminhou também hoje um comunicado ao desembargador Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. "Reitero os termos da decisão (de 17 de março) esperando que a mesma, caso mantida, possa servir de exemplo a ser aplicado a muitas outras acusadas grávidas ou mãe de crianças que delas dependem e que respondem, encarceradas, a ações penais em todo território nacional", disse no documento.
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