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Ministra diz que polícia do Rio é suspeita do desaparecimento de Amarildo

02/08/2013 17h54

Brasília, 2 ago (EFE).- A ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, Maria do Rosário Nunes, afirmou nesta sexta-feira que a polícia do Rio de Janeiro é a principal suspeita do desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo Souza, cujo paradeiro é desconhecido desde que foi levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da comunidade da Rocinha há duas semanas.

"O inquérito sobre o desaparecimento deve ser feito com a hipótese clara, concreta de que seja uma responsabilidade dos agentes públicos, do abuso de autoridade, da violência policial", falou a ministra a jornalistas ao comentar o caso.

Amarildo, de 42 anos, desapareceu no último dia 14 de julho após ter sido interrogado na UPP da Rocinha, para onde foi levado por policiais ao ser confundido com um traficante de drogas.

A ministra revelou que o que mais "preocupa" o governo é a abordagem policial seguida do desaparecimento, o que, segundo ela, ocorre com grande frequência.

"O abuso e a violência policiais são coisas com as quais não podemos conviver mais", afirmou a ministra.

Maria do Rosário citou o exemplo do estado de Goiás onde se registrou um "número de desaparecidos imenso após abordagem policial".

O caso de Amarildo Souza ganhou grande repercussão e se transformou em um dos principais temas dos protestos populares das últimas semanas.

Na quinta-feira, centenas de pessoas saíram às ruas no Rio de Janeiro e em São Paulo para exigir a investigação do paradeiro do pedreiro e dos responsáveis de seu desaparecimento, que já é tratado pelo Ministério Público como homicídio.