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Fidel Castro se reúne com teólogo Frei Betto em Cuba

28/01/2015 11h50

Havana, 28 jan (EFE).- O ex-presidente de Cuba Fidel Castro se reuniu na tarde de terça-feira com o intelectual brasileiro Frei Betto e conversaram sobre temas nacionais e internacionais, entre eles o encontro que o teólogo manteve com o papa Francisco em abril, informou nesta quarta-feira a imprensa oficial.

"Fidel recebe Frei Betto", era a manchete dos jornais "Granma"e "Juventud Rebelde" junto a uma breve nota de três parágrafos sobre o encontro, do qual não foram divulgadas fotografias.

Segundo essa nota, "a reunião se desenvolveu em um clima afetuoso, característico das amplas e fraternais relações" entre o líder cubano e Betto, que é autor, entre outros, do livro "Fidel e a religião".

Na "amistosa" conversa com Fidel Castro, o teólogo brasileiro falou sobre a reunião que manteve em 9 de abril com o papa Francisco na residência do pontífice no Vaticano.

Frei Betto se encontra em Havana, onde participou nesta semana de uma conferência magistral no Congresso Internacional Pedagogia 2015.

Em declarações aos meios de comunicação cubanos por ocasião desse evento educativo, Betto se referiu à aproximação entre Cuba e EUA e destacou que "a dignidade e a estima pela austeridade no modo de viver dos cubanos será essencial" para enfrentar os desafios desta nova etapa.

O encontro entre Fidel Castro e Betto aconteceu um dia depois do primeiro pronunciamento do ex-presidente cubano sobre o restabelecimento de relações entre Cuba e EUA, expressado em carta que enviou na segunda-feira aos estudantes da Universidade de Havana.

Nessa mensagem, o líder da Revolução cubana diz que não confia na política dos Estados Unidos, mas também não rejeita a "solução pacífica" dos conflitos e nem a negociação que é realizada conforme as normas internacionais.

Em 17 de dezembro, os presidentes de EUA, Barack Obama, e de Cuba, Raúl Castro, anunciaram em discursos em Washington e Havana o restabelecimento das relações dos dois países, inimistados desde 1961.

O acordo chegou após 18 meses de negociações secretas nas quais houve o intermédio do papa Francisco e o governo do Canadá.

As primeiras conversas oficiais entre Havana e Washington para traçar a rota do processo de normalização de relações ocorreram entre 21 e 22 de janeiro na capital cubana.