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John Kerry adverte que a Venezuela avança na "direção equivocada"

25/02/2015 20h03

Washington, 25 fev (EFE).- O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, declarou nesta quarta-feira que "a Venezuela continua indo na direção equivocada" e qualificou como "terrível" a morte de um adolescente venezuelano de 14 anos durante uma manifestação no país.

Em sua segunda aparição no Congresso nesta semana, desta vez para a Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara dos Representantes, Kerry falou sobre as recentes alegações feitas pelo governo venezuelano sobre os Estados Unidos estarem envolvidos em tramas golpistas e sobre a situação do país.

Diante das incisivas perguntas da congressista republicana Ileana Rohs-Letinen, de origem cubana e uma das mais críticas à Venezuela, Kerry disse: "não há qualquer discrepância entre o comportamento atroz, a repressão do povo, as detenções e as falsas acusações contra nós que acontecem na Venezuela".

"A Venezuela continua indo em uma direção equivocada e tomando decisões equivocadas", afirmou Kerry.

O secretário de Estado qualificou como "terrível" a morte do estudante venezuelano Kluivert Ferney Roa Núñez, durante uma manifestação em San Cristóbal, Táchira. De acordo com as autoridades, um policial foi acusado de ter efetuado o disparo que matou Núñez.

Kerry informou que as sanções anunciadas por Washington contra os funcionários venezuelanos envolvidos em violações de direitos humanos estão sendo aplicadas "o mais rápido possível", através do Departamento do Tesouro e do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.

Essas sanções incluem a anulação de vistos de viagem para os EUA e o congelamento de possíveis ativos sob jurisdição americana.

Por fim, Kerry afirmou que o governo de Barack Obama frequentemente pede que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, "perceba que há uma série de alternativas à disposição", e concluiu: "esperamos que ele opte por elas".

Há algumas semanas, Maduro afirmou ter bloqueado um plano de golpe de Estado, "traçado" a partir de Washington, que teria a participação de militares e dirigentes opositores venezuelanos.

Como consequência dessa suposta participação, o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi detido na semana passada. Esta atitude do governo provocou uma série de críticas de grande parte da comunidade internacional.

As relações entre os EUA e a Venezuela estão reduzidas e sem a presença de embaixadores nas respectivas capitais desde 2010, quando Hugo Chávez ainda era presidente.