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Boko Haram sequestra 500 mulheres e crianças no norte da Nigéria

Boko Haram deixa pintura de bandeira e armas em muro de Damasak, no Estado de Borno, no norte da Nigéria - Joe Penney/Reuters
Boko Haram deixa pintura de bandeira e armas em muro de Damasak, no Estado de Borno, no norte da Nigéria Imagem: Joe Penney/Reuters

Em Maiduguri

25/03/2015 08h03

O grupo jihadista Boko Haram sequestrou mais de 500 mulheres e crianças em Damasak, no Estado de Borno, no norte da Nigéria, dias depois da cidade ser libertada por tropas do Chade e Níger, afirmaram nesta quarta-feira (25) moradores locais.

"As mulheres e as crianças foram sequestradas depois da chegada das tropas. Os soldados não são suficientes para proteger todo mundo", disse Aminu Moussa, morador de Damasak.

Segundo Moussa, um parente seu conseguiu escapar dos extremistas. O morador não informou exatamente quando os sequestros ocorreram.

Dezenas de corpos foram encontrados na semana passada em Damasak por tropas do Chade e Níger, que recuperaram a cidade dos terroristas. Os extremistas teriam assassinado vários moradores em sua retirada.

Neste sábado serão realizadas eleições gerais na Nigéria. A ausência das tropas nigerianas na região pode explicar por que as autoridades militares nigerianas não fizeram declarações sobre o sequestro.

O Exército nigeriano, que luta contra o Boko Haram ao lado das tropas dos vizinhos Chade, Níger e Camarões, afirma ter retomado do grupo radical islâmico todos os governos locais que os extremistas controlavam no norte do país, exceto Gwoza, Abadam e Kala Balge, todas as localidades no estado de Borno.

Os jihadistas, que chegaram a controlar pelo menos 14 governos locais no norte da Nigéria, estão perdendo importantes redutos em função da nova ofensiva multinacional, lançada em 14 de fevereiro, data inicialmente prevista para as eleições, que o governo adiou para sábado em função da insegurança.

A violência de Boko Haram, que recentemente jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI) e mantém sequestradas mais de 200 meninas há quase um ano, será um dos assuntos que mais influirão no voto dos nigerianos.