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Jihadistas assassinam mais de 50 yazidis e xiitas no Iraque

Em Mossul

01/05/2015 15h44

Militantes do grupo jihadista Estado Islâmico assassinaram nesta sexta-feira (1º) no norte do Iraque mais de 50 iraquianos da minoria yazidi e xiitas, por as considerarem heréticas, informaram fontes políticas e de segurança.

O dirigente da União Nacional do Curdistão iraquiano, Hukar Yaf, disse à Agência Efe que os cidadãos foram assassinados com disparos na cabeça na cidade de Tal Afar, a 65 quilômetros a oeste de Mossul, a segunda cidade do Iraque e em poder do EI desde junho do ano passado.

Segundo Yaf, os jihadistas começaram a executar extrajudicialmente às pessoas que foram capturadas, porque se transformaram em uma carga para eles depois do começo dos bombardeios da coalizão internacional liderada pelos EUA contra suas posições.

O governador de Ninawa, Ezel Nujaifi, condenou a execução e afirmou que isto demonstra, mais uma vez, que "Daesh (acrônimo árabe do Estado Islâmico) não tem normas nem respeita as leis estabelecidas por Alá para o tratamento dos prisioneiros".

Segundo Nujaifi, o EI matou centenas de yazidis sem nenhum remorso, o que cria uma "imagem negra" dos muçulmanos, apesar de os sábios do islã terem denunciado esses crimes e insistido que não têm nada a ver com a religião.

O grupo Estado Islâmico mantém centenas de cidadãos xiitas e da minoria yazidi detidos desde junho, quando tomou o controle da região de Tal Afar e, um mês depois, da região de Sinjar, onde vivem muitos yazidis.

Esse grupo, de etnia curda, cuja religião se baseia no zoroastrismo, é um dos principais alvos do EI, que os considera infiéis.

Mais de 500 mil yazidis e membros de outras religiões minoritárias fugiram do norte do Iraque desde junho, e várias centenas foram assassinados, segundo dados da ONU.