Presidente da Tunísia pede ao governo medidas excepcionais antiterrorismo
Túnis, 28 jun (EFE).- O presidente de Tunísia, Beji Caid Essebsi, pediu neste domingo ao primeiro-ministro, Habib Essid, que adote as medidas excepcionais que considera oportunas para lutar contra o terrorismo, enquanto as investigações sobre o atentado de sexta-feira avançam e a segurança se intensifica em todo o país.
Cidades como Sousse, local do ataque, e também Hammamet, Monastir e pontos turísticos perto da capital tunisiana amanheceram hoje protegidas por mais patrulhas de forças especiais da polícia nacional, que vigiavam as ruas fortemente armadas.
"Nosso plano pretende mobilizar (nos próximos dias) mil policiais armados para proteger hotéis e turistas", explicou na noite de ontem aos jornalistas o ministro tunisiano de Interior, Nayam Al Gharzali.
A medida é considerada bem-vinda pela população, mas foi duramente criticada por analistas, que afirmam que o governo já deveria ter tomado uma atitude muito antes.
Alguns críticos, como o advogado Nasser al Hadi, acreditam que se o governo tivesse escutado os que alertaram sobre a radicalização de certas mesquitas e a necessidade de reformar, modernizar e fortalecer os serviços de Segurança e de Inteligência, a situação seria muito diferente.
No atentado jihadista do dia 18 de março, no museu do Bardo, na capital Túnis, no qual morreram 22 turistas estrangeiros, foi criticada a falta de segurança e a facilidade com a qual os atiradores agiram.
No caso do atentado de sexta-feira no hotel "Marhaba Imperial" de Sousse, com 38 vítimas, as testemunhas afirmaram que os serviços de segurança demoraram quase 45 minutos para intervir e abater o "lobo solitário", por isso voltou a ser exigida uma investigação.
Os analistas lembram que a investigação era imprescindível principalmente quando o país estava em estado de alerta com a ameaça de que os atentados poderia retornar com o início do Ramadã, por isso a Polícia Nacional e o Ministério do Interior "deveriam dar explicações".
As dúvidas e as incertezas em torno do ataque e do autor do mesmo, Seifedin Rezgui, um jovem estudante universitário de 23 anos, continuam sendo várias.
Os investigadores analisam seu computador - onde acharam provas de suas visitas a fóruns do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) - e seus vínculos na cidade de Kairauan, onde estudava e um dos redutos do movimento radical islamita "Ansar al Sharia".
Também são estudadas a influência da Líbia, para onde muitos dos líderes dessa organização fugiram após a ilegalização, e as possíveis conexões com os autores do atentado da capital.
De acordo com a ministra de Turismo da Tunísia, Salma Lloumi, três países pediram para participar das investigações.
"Alemães, franceses e britânicos nos disseram que não impedirão seus turistas de virem, mas que querem participar da investigação e ter uma visão clara das decisões", disse hoje à imprensa.
Essebsi presidiu neste domingo uma reunião do gabinete de crise para decidir os próximos passos a serem tomados. Também participaram do encontro o ministro das Relações Exteriores, Taib Bacushi, e o de Interior, Nayam al Gharzali, além de oficiais de alta patente militar.
Durante a reunião "foi avaliada a situação geral do país em meio aos recentes acontecimentos e a adoção de todas as medidas anunciadas pelo governo", como o fechamento das mesquitas salafistas, explicou em comunicado o escritório de informação do palácio presidencial.
"Também foram discutidas decisões complementares, incluindo o que diz respeito a impedir a atividade de grupos terroristas, tanto em terra como no ciberespaço, e tomar as medidas ditadas pelo interesse nacional. Os recentes incidentes mostraram a necessidade de uma maior vigilância e preparação para poder antecipar todos os perigos que ameaçam a segurança do país", ressaltou a nota.
Representantes da sociedade civil temem, no entanto, que essa tática, que lembra os métodos policiais do derrubado ditador Zinedin el Abedin Ben Ali, venha acompanhada de uma diminuição dos direitos e liberdades conseguidos nos quatro anos de difícil transição.
Eles advertem que direitos como as liberdades de expressão, de associação e religião podem ser as vítimas colaterais caso não seja desenvolvida uma lei antiterrorista efetiva.
Enquanto as investigações prosseguem - os pais e vários parentes do autor do massacre, além de colegas de universidade, foram detidos e são interrogados - os turistas seguem com medo.
Representantes de agências de turismo calculam que cerca de três mil visitantes estrangeiros voltaram para casa no fim de semana e atestaram um golpe de misericórdia a um país que recebe aproximadamente 6 milhões de turistas ao ano. Cerca de 15% do PIB da Tunísia está vinculado ao turismo.
Cidades como Sousse, local do ataque, e também Hammamet, Monastir e pontos turísticos perto da capital tunisiana amanheceram hoje protegidas por mais patrulhas de forças especiais da polícia nacional, que vigiavam as ruas fortemente armadas.
"Nosso plano pretende mobilizar (nos próximos dias) mil policiais armados para proteger hotéis e turistas", explicou na noite de ontem aos jornalistas o ministro tunisiano de Interior, Nayam Al Gharzali.
A medida é considerada bem-vinda pela população, mas foi duramente criticada por analistas, que afirmam que o governo já deveria ter tomado uma atitude muito antes.
Alguns críticos, como o advogado Nasser al Hadi, acreditam que se o governo tivesse escutado os que alertaram sobre a radicalização de certas mesquitas e a necessidade de reformar, modernizar e fortalecer os serviços de Segurança e de Inteligência, a situação seria muito diferente.
No atentado jihadista do dia 18 de março, no museu do Bardo, na capital Túnis, no qual morreram 22 turistas estrangeiros, foi criticada a falta de segurança e a facilidade com a qual os atiradores agiram.
No caso do atentado de sexta-feira no hotel "Marhaba Imperial" de Sousse, com 38 vítimas, as testemunhas afirmaram que os serviços de segurança demoraram quase 45 minutos para intervir e abater o "lobo solitário", por isso voltou a ser exigida uma investigação.
Os analistas lembram que a investigação era imprescindível principalmente quando o país estava em estado de alerta com a ameaça de que os atentados poderia retornar com o início do Ramadã, por isso a Polícia Nacional e o Ministério do Interior "deveriam dar explicações".
As dúvidas e as incertezas em torno do ataque e do autor do mesmo, Seifedin Rezgui, um jovem estudante universitário de 23 anos, continuam sendo várias.
Os investigadores analisam seu computador - onde acharam provas de suas visitas a fóruns do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) - e seus vínculos na cidade de Kairauan, onde estudava e um dos redutos do movimento radical islamita "Ansar al Sharia".
Também são estudadas a influência da Líbia, para onde muitos dos líderes dessa organização fugiram após a ilegalização, e as possíveis conexões com os autores do atentado da capital.
De acordo com a ministra de Turismo da Tunísia, Salma Lloumi, três países pediram para participar das investigações.
"Alemães, franceses e britânicos nos disseram que não impedirão seus turistas de virem, mas que querem participar da investigação e ter uma visão clara das decisões", disse hoje à imprensa.
Essebsi presidiu neste domingo uma reunião do gabinete de crise para decidir os próximos passos a serem tomados. Também participaram do encontro o ministro das Relações Exteriores, Taib Bacushi, e o de Interior, Nayam al Gharzali, além de oficiais de alta patente militar.
Durante a reunião "foi avaliada a situação geral do país em meio aos recentes acontecimentos e a adoção de todas as medidas anunciadas pelo governo", como o fechamento das mesquitas salafistas, explicou em comunicado o escritório de informação do palácio presidencial.
"Também foram discutidas decisões complementares, incluindo o que diz respeito a impedir a atividade de grupos terroristas, tanto em terra como no ciberespaço, e tomar as medidas ditadas pelo interesse nacional. Os recentes incidentes mostraram a necessidade de uma maior vigilância e preparação para poder antecipar todos os perigos que ameaçam a segurança do país", ressaltou a nota.
Representantes da sociedade civil temem, no entanto, que essa tática, que lembra os métodos policiais do derrubado ditador Zinedin el Abedin Ben Ali, venha acompanhada de uma diminuição dos direitos e liberdades conseguidos nos quatro anos de difícil transição.
Eles advertem que direitos como as liberdades de expressão, de associação e religião podem ser as vítimas colaterais caso não seja desenvolvida uma lei antiterrorista efetiva.
Enquanto as investigações prosseguem - os pais e vários parentes do autor do massacre, além de colegas de universidade, foram detidos e são interrogados - os turistas seguem com medo.
Representantes de agências de turismo calculam que cerca de três mil visitantes estrangeiros voltaram para casa no fim de semana e atestaram um golpe de misericórdia a um país que recebe aproximadamente 6 milhões de turistas ao ano. Cerca de 15% do PIB da Tunísia está vinculado ao turismo.
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