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Cuba desponta como paraíso turístico para a comunidade gay

Em Havana (Cuba)

31/07/2015 15h24

Em meio ao "boom" turístico que Cuba está experimentando, a ilha desponta como destino favorito para a comunidade gay, onde já funciona a primeira agência de viagens online especializada em passeios turísticos voltados para o coletivo LGBT.

Os pioneiros neste negócio foram os responsáveis de "Mi Cayito Cuba", um site intermediário entre a "iniciativa privada cubana gay friendly e os clientes no restante do mundo", segundo contou à Agência Efe seu diretor, Alain Castillo, um cubano residente em Madri.

"A ilha tem um grande potencial como espaço de convivência. Estamos abertos a todos, acreditamos em um espaço livre e tolerante, onde o respeito é valorizado", assegura este jovem empreendedor de 35 anos que quer colaborar "na visibilidade e na melhora do coletivo" [LGBT] em seu país.

Apesar de ser uma sociedade ainda dominada por uma visão patriarcal e machista, em Cuba já são notados avanços quanto aos direitos e à maneira como a comunidade LGTB é vista, contando com novos espaços de tolerância e respeito.

"Mi Cayito", na costa leste de Havana, é o nome da provável única praia gay da ilha, por isso Castillo pensou que seria uma boa ideia chamar assim sua empresa, que funciona desde agosto de 2014 com um escritório virtual na capital espanhola e representantes em Havana.

"É tempo de férias. É tempo de Cuba. O novo paraíso gay", é possível ler nos folhetos publicitários promovidos nas redes sociais.

Os destinos mais populares entre os usuários de "Mi Cayito Cuba" até agora são Havana, Viñales, um paraíso verde situado na ocidental província de Pinar del Río, e a praia de Varadero, afirma Castillo.

O site só está disponível em espanhol, no entanto Castillo afirma que já foi utilizado por clientes da Alemanha, Estados Unidos, Rússia, assim como da Espanha e da América Latina, que podem escolher entre excursões como "Havana Gay" ou um serviço de guias personalizados, que chega a custar até 120 euros (cerca de R$ 450).

Outras opções às quais os visitantes têm acesso são as listas de alojamentos em várias cidades da ilha e veículos para os trajetos, administrados por pessoas com as quais o turista "pode se sentir perfeitamente compreendido em sua orientação sexual".

"Oferecemos qualidade, seriedade, discrição e liberdade. Se alguma destas características não forem cumpridas, é porque não foi ofertada por nós", aponta o empresário cubano, que insiste no termo "heterofriendly" (amigável a heterossexuais) para qualificar sua gestão frente à iniciativa, que não é exclusiva para o coletivo LGBT.

Mais de dois milhões de turistas estrangeiros chegaram a Cuba neste ano, número atingido 39 dias antes do que em 2014 e que demonstra o quão atrativo é o destino caribenho, sobretudo para visitantes do Canadá, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos e Argentina.

"As mudanças em Cuba se traduziram em um incentivo e aumentaram a demanda", garantiu Alain Castillo, que anunciou que a ilha está sendo preparada para uma possível chegada em massa de norte-americanos, incentivados pelo degelo nas relações da ilha com os EUA, que em 20 de julho retomaram vínculos diplomáticos após mais de 50 anos de inimizade.

"Em breve haverá uma oferta especial para este mercado", anunciou Castillo, que deve traduzir seu site não só para o inglês, mas também para o francês, alemão, russo e chinês.