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Turquia aumenta por até um mês período de detenções provisórias

Em Ancara

23/07/2016 06h07

O governo da Turquia aumentou neste sábado (23) por até um mês o período de detenção provisória de suspeitos, para serem interrogados pela polícia antes de levantar acusação, em lugar dos quatro dias que regiam antes do fracassado golpe militar do último dia 15 de julho.

A decisão foi publicada hoje no Diário Oficial, no primeiro decreto do governo após o estabelecimento do estado de emergência na última quarta-feira.

Segundo a nova disposição, as reuniões dos detidos com seus advogados poderão ser restringidas pelas autoridades, que além disso poderão gravar e usar as conversas entre acusados e advogados.

Só os cônjuges e parentes de até segundo grau poderão visitar os detidos.

Além disso, foi decretado que o pessoal responsável pela execução das decisões tomadas sob o estado de emergência não poderá ser responsabilizado por suas práticas, e portanto, não irá receber qualquer tipo de pena legal, administrativa ou financeira.

O decreto entrou hoje em vigor e nenhuma das decisões dele poderão ser confrontadas por algum tribunal.

Segundo o ministro do Interior, Efkan Ala, um total de 10.607 pessoas foram detidas até ontem por suspeita de ligação com a tentativa de golpe ou às redes do clérigo Fetullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, a quem o governo acusa de haver orquestrado o fracassado golpe.