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Chefe de Direitos Humanos da ONU acredita que eleição de Trump seria perigosa

12/10/2016 07h39

Genebra, 12 out (EFE).- A eventual eleição do candidato republicano Donald Trump à presidência dos Estados Unidos seria perigosa "do ponto de vista internacional", disse nesta quarta-feira o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein.

"Se Donald Trump for eleito, em função do que ele disse até agora e, a menos que isso mude, acredito sem dúvida nenhuma que seria perigoso de um ponto de vista internacional", manifestou o responsável de direitos humanos das Nações Unidas para um grupo de jornalistas.

"Comentários sobre o uso de tortura, o que é proibido pelo direito internacional, e sobre comunidades vulneráveis de uma maneira que indicaria que podem ser privados de seus direitos. Os comentários de Trump vão nessa direção, são profundamente inquietantes e alarmantes", reconheceu o diplomata jordaniano.

Ra'ad al Hussein, que foi perguntado sobre qual era sua opinião sobre a direção que a campanha presidencial americano está tomando, esclareceu que sua intenção não é "interferir em nenhuma campanha política de nenhum país", mas admitiu que essa situação o preocupa.

"Sempre achei que é um dever dos líderes agir de maneira ética e moral, e expressar as opiniões de seus eleitores, mas isto deve ser feito de forma responsável", considerou o diplomata.

Para Hussein, o contrário disso "é extremamente perigoso, porque já não se trata de exercer o direito de expressão e opinião, mas de entrar no campo da incitação (ao ódio e à violência)".

"Então, estamos diante de líderes políticos que manipulam mensagens e se escondem por trás das pessoas", disse Ra'ad al Hussein, ao explicar que, nessas circunstâncias, os responsáveis políticos respondem a seus críticos com acusações de que estão criticando, na realidade, todos os seus simpatizantes.

"Mas isso não está certo, as críticas são aos líderes e somente a eles. Acredito que precisamos repetir isso várias vezes", concluiu o diplomata.