Topo

Equador fecha acordo com o Brasil para cooperação no caso Odebrecht

31/05/2017 20h29

Quito, 31 mai (EFE).- A Procuradoria-Geral do Equador anunciou nesta quarta-feira uma série de mecanismos de cooperação com o Brasil sobre as investigações do esquema de corrupção envolvendo a construtora Odebrecht, que envolve vários países da região.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) começará a entregar amanhã documentos sobre as propinas pagas pela Odebrecht a autoridades de outros oito países da América Latina, mas exigirá que as provas sejam mantidas em sigilo até nova ordem.

O procurador-geral do Equador, Carlos Baca, viajou para Brasília para receber as informações e se reunir com as autoridades brasileiras para acertar os mecanismos de cooperação.

A Procuradoria-Geral do Equador afirmou que Baca se reuniu com o chefe da Secretaria de Cooperação Internacional da PGR, Vladimir Aras, e com o subprocurador-geral da República, José Bonifácio.

Na nota, a Procuradoria-Geral do Equador afirmou que a cooperação será "fundamental para o sucesso das investigações". Entre os compromissos firmados consta a formação de uma equipe de trabalho conjunto, para permitir que "delações, evidências e documentos do esquema de corrupção da Odebrecht sejam conhecidos na íntegra".

"Essa cooperação permitirá, além disso, a entrega de informações por parte da própria empresa e seus executivos", completa a nota.

Segundo a Procuradoria-Geral do Equador, os dados preliminares entregues pela PGR, apesar de ainda não terem sido "confirmados ou corroborados", permitem "apontar que esses casos de corrupção relacionados aos contratos da Odebrecht no Equador são um verdadeiro esquema de organização com fins ilícitos", indica a nota.

Por esse motivo, o órgão afirma que a investigação deve ser extensa e tecnicamente de alta complexidade, e, portanto, não pode se submeter a nenhum tipo de tensão, rumou ou parte interessada.

"A veracidade de todas as informações recebidas pelo Equador será corroborada e comprovada, além de certificada e depositada em um arquivo autêntico, com fins judiciais", indicou a nota.

Tais arquivos serão publicados no site do Ministério Público, assim que puderem ser tornados públicos, como mostra de "transparência" da Procuradoria-Geral do Equador.

Em dezembro do ano passado, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos indicou que a Odebrecht pagou US$ 788 milhões em propinas em 12 países da América Latina e da África, incluindo Brasil e Equador.

O relatório do Departamento de Justiça indica que no Equador, entre 2007 e 2016, a construtora pagou mais de US$ 35,5 milhões a "funcionários do governo".