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Em nota técnica, Cade diz que fusão Kroton-Estácio pode prejudicar concorrência

03/02/2017 20h30

SÃO PAULO (Reuters) - A potencial criação da maior empresa de educação no Brasil pode prejudicar a competição no setor, segundo documento do Departamento de Estudos Econômicos do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) divulgado nesta sexta-feira.

O relatório aponta conclusões sobre o impacto da proposta de aquisição da Estácio Participações pela concorrente Kroton , que vai resultar na maior empresa mundial do setor, com cerca de 1,5 milhão de estudantes.

A "operação tiraria do mercado um player importante com marca consolidada e capacidade de investimento em propaganda e marketing, que tem contribuído para aumento da rivalidade entre as empresas, ao adotar estratégia de preços baixos", diz trecho do documento.

Essa avaliação vem antes de uma análise mais abrangente pelo Cade e decisão final do tribunal do órgão até julho.

O escrutínio sobre a empresa resultante da fusão vem conforme empresas e grupos concorrentes sinalizam preocupações de que o acordo que possa criar uma empresa com total de estudantes 10 vezes acima do concorrente mais próximo no Brasil.

A ação da Kroton caiu 2,76 por cento nesta sexta-feira, enquanto a da Estácio perdeu 3,1 por cento. O Ibovespa <.BVSP> subiu 0,58 por cento.

A Estácio não comentou o estudo.

Em nota, a Kroton disse que o procedimento do Cade segue padrão similar ao adotado na fusão com a Anhanguera.

"As companhias buscarão uma solução negociada junto ao tribunal do Cade com o objetivo de afastar preocupações concorrenciais identificadas e obter a aprovação da operação", afirmou a Kroton.

Em novembro, a Reuters informou que a Kroton planejava vender a unidade de ensino à distância da Estácio para garantir a aprovação da proposta de aquisição.

(Por Ana Mano)