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Índia aprova uso emergencial da vacina de Oxford

Vacina de Oxford é a primeira a ser autorizada para uso emergencial na Índia - iStock
Vacina de Oxford é a primeira a ser autorizada para uso emergencial na Índia Imagem: iStock

Nigam Prusty, Shilpa Jamkhandikar e Krishna N. Das

Em Nova Délhi

01/01/2021 09h56Atualizada em 01/01/2021 10h19

O órgão regulador de medicamentos da Índia aprovou nesta sexta-feira a vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford para uso emergencial. A informação foi confirmada por fontes à Reuters.

A decisão abre caminho para o lançamento da vacina no segundo país com mais casos confirmados no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Um representante da Organização Central de Controle de Medicamentos da Índia —cujos especialistas estavam reunidos pela segunda vez nesta semana e também avaliavam outras duas vacinas— não quis comentar.

O Reino Unido e a Argentina já autorizaram a vacina de Oxford para uso público emergencial.

O órgão indiano também avalia os pedidos de autorização de uso emergencial para vacinas desenvolvidas pela Pfizer com a BioNTech e pela Bharat Biotech, da Índia.

Fiocruz vai pedir uso emergencial no Brasil

No Brasil, a Fiocruz vai solicitar autorização para uso emergencial da vacina de Oxford até a próxima quarta-feira (6), segundo a presidente da fundação, Nísia Trindade.

De acordo com a presidente, a aprovação da vacina no Reino Unido deve acelerar a luz verde para regulamentar a vacina no Brasil.

"Para não haver atraso, nós decidimos com base na autorização no Reino Unido entrar também com esse pedido de uso emergencial da vacina", disse em entrevista à Reuters.

O Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem minimizado desde o início os impactos sanitários da pandemia, ficou para trás dos vizinhos Chile e Argentina, onde a vacinação já está em andamento. Nenhuma vacina foi aprovada no Brasil até o momento.

O pedido de registro da vacina britânica junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não pode ser finalizado antes de 15 de janeiro. Isso porque a papelada, como os documentos de controle da produção da vacina, ainda está sendo preparada.

A Fiocruz pretende iniciar a produção do zero em sua unidade do Rio de Janeiro com financiamento federal, a partir do segundo semestre.

"Estou otimista com a possibilidade de, no máximo, no final de Janeiro ou início de fevereiro, iniciar essa vacinação", disse Trindade.

Meta de 110 milhões de doses no segundo semestre

A Fiocruz espera entregar o primeiro 1 milhão de doses entre os dias 8 e 12 de fevereiro, mas isso vai depender da chegada do insumo farmacêutico ativo para a vacina prevista para 9 de janeiro, segundo a presidente.

Até o final de fevereiro, a Fiocruz planeja entregar 10 milhões de doses e, a partir daí, estará lançando 3,5 milhões de doses semanais, totalizando 100 milhões de doses completas no primeiro semestre de 2021.

Em abril ou maio, a Fiocruz terá uma linha de produção paralela para fabricar a vacina inteiramente no Brasil, mas isso ainda precisará de validação da Anvisa, disse. A meta é entregar 110 milhões de doses no segundo semestre.