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Rússia x EUA: Moscou garante que não tem 'a menor intenção' de interferir nas eleições americanas

Rússia diz que não tem "a menor intenção" de interferir nas próximas eleições americanas após Joe Biden acusar Moscou - Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS
Rússia diz que não tem 'a menor intenção' de interferir nas próximas eleições americanas após Joe Biden acusar Moscou Imagem: Alexander Zemlianichenko / Pool via REUTERS

28/07/2021 10h57Atualizada em 28/07/2021 11h33

O tom subiu entre a Rússia e os Estados Unidos, depois que o presidente americano, Joe Biden, declarou que Moscou poderia tentar interferir nas eleições americanas de meio mandato em 2022. O Kremlin respondeu nesta quarta-feira (28) que o democrata está "fundamentalmente enganado" em sua análise sobre o país.

"Estamos vendo uma compreensão e um conhecimento errôneo da Rússia contemporânea", declarou o porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, em resposta às acusações de Biden. Peskov garantiu que Moscou "não tem a menor intenção de interferir em processos eleitorais de outros países".

As trocas de farpas ocorrem durante um encontro estratégico que está sendo realizado em Genebra, na Suíça, para tentar recuperar as degradadas relações entre os dois países. A reunião está sendo realizada a portas fechadas. Ela é liderada pelo vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, e a secretária adjunta do Departamento de Estado americano, Wendy Sherman.

Na terça-feira (27), Biden declarou que o governo russo estava violando a soberania americana ao propagar desinformações sobre as eleições de meio mandato nos Estados Unidos, previstas para 2022. O democrata também criticou o presidente russo, Vladimir Putin, afirmando que ele "tem um problema real, é o chefe de uma economia que tem armas nucleares e poços de petróleo e nada mais". "Ele sabe que está com problemas e na minha opinião isso o torna ainda mais perigoso", reiterou.

Biden também expressou preocupação com o aumento da pirataria online. "Se acabarmos em uma guerra, em uma verdadeira guerra armada, com outra grande potência, será por causa de um ciberataque", disse ele.

Para Peskov, essas afirmações são falsas. "A Rússia é uma potência nuclear, mas uma potência nuclear muito responsável. E, sim, nós temos um vasto setor de petróleo e gás. Mas afirmar que a Rússia não tem mais nada é fundamentalmente falso", completou.

Encontro em Genebra

Para o porta-voz do governo russo, o encontro em Genebra "é um sinal positivo". "Contatos estão acontecendo e isso é importante", afirmou, lembrando que a reunião não indica, no entanto, "um começo de uma era de parceria" entre os dois países.

Após as trocas de farpas, russos e americanos reduziram ainda mais as expectativas para o evento, que não deve resultar em grandes anúncios. Um dos assuntos sensíveis a ser abordado é o controle de material bélico.

"Com esse diálogo, buscamos lançar as bases para futuras medidas de controle de armas e de redução de riscos", explicou o Departamento de Estado americano no comunicado que anunciou o encontro.

Já para o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Riabkov, trata-se de determinar "o quão sério [os] americanos estão em seu desejo de estabelecer um diálogo centrado e enérgico sobre a estabilidade estratégica".

Com informações da AFP