PT desautoriza pedido de investigação de Fux
O presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), desautorizou nesta sexta-feira qualquer pedido, feito em nome do partido, de investigação do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração de Falcão foi em sentido contrário à articulação do setor jurídico do PT de São Paulo, que quer entregar uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) defendendo a apuração da conduta de Fux no Supremo e o "impeachment" do ministro.
"Não estamos propondo nenhuma investigação do ministro do Supremo Tribunal Federal. O PT não está propondo essa investigação", repetiu Falcão, na sede do PT em São Paulo, depois de reunir-se com o diretório nacional do partido.
O núcleo jurídico do PT de São Paulo, coordenado pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, pretende enviar uma representação ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, pedindo a apuração da conduta de Fux durante sua candidatura ao cargo de ministro do STF. O grupo cita entrevista dada pelo ex-ministro José Dirceu nesta semana, ao jornal "Folha de S. Paulo", na qual disse que Fux teria prometido "livrar" o petista no julgamento do mensalão, enquanto ainda pleiteava uma vaga no Supremo.
O presidente do PT, no entanto, afirmou que Carvalho não representa a opinião do comando petista. "Ele não fala em nome do partido. Ele pode falar por ele. Se falou em nome do PT está desautorizado", disse Falcão.
Apesar disso, Falcão criticou Gurgel por ter defendido Fux. "É curioso que o próprio procurador que diz que Dirceu não merece crédito porque é réu, dá crédito a outro réu, que tem uma pena maior", disse Falcão, referindo-se ao publicitário Marcos Valério. A declaração do dirigente petista foi uma resposta à afirmação do procurador-geral, que desmereceu Dirceu, réu no caso do mensalão.
Ao mesmo tempo, a Procuradoria da República do Distrito Federal pediu à Polícia Federal a abertura de um inquérito criminal para investigar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema do mensalão, com base em depoimento prestado pelo empresário Marcos Valério à Procuradoria Geral da República (PGR), em setembro.
Com base no depoimento de Valério, o inquérito da Polícia Federal foi aberto na noite de quinta-feira. Nele, a polícia investigará a suposta participação de Lula na negociação de um repasse de US$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom, na China, para o PT. Segundo Marcos Valério, Lula e o ex-ministro Antonio Palocci reuniram-se com o então presidente da empresa, Miguel Horta, no Palácio do Planalto, para tratar do assunto.
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