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Por que o diretor do FBI e o dono do Facebook tapam suas webcams com fita adesiva

19/09/2016 08h59

James Comey, diretor do FBI

Comey afirma que cobrir a câmerca do laptop é uma questão de segurança

Os rumores começaram há tempos, mas ficaram mais fortes em 2013, quando o ex-analista de inteligência Edward Snowden, disse que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA) contava com programas capazes de infiltrar as webcams de computadores e hackear telefones celulares de cidadãos comuns.

O medo de ser espionado fez com que usuários ao redor do mundo decidissem cobrir as câmeras com adesivos. E o mesmo também ocorreu com microfones.

E a prática ganhou força neste ano quando o fundador do Facebook, o americano Mark Zuckerberg, publicou uma foto em que podia se ver fita adesiva prateada cobrindo a câmera de seu laptop.

Outro pedaço bloqueava a entrada de seu microfone.

Alguns veículos de mídia americanos chamaram o bilionário de paranoico.

Porém, a prática foi endossada agora por ninguém menos que o diretor da polícia federal americana (FBI), James Comey. Ele recomendou a prática na semana passada. Inclusive para gente sem o mesmo perfil de Zuckerberg.

Mark Zuckerberg

Foto de Zuckerberg mostrou câmera do laptop obstruída

'Sensatez'

Durante uma conferência em Washington, Comey disse que ataques cibernéticos são "inevitáveis" e que todo mundo deveria zelar por sua própria segurança, sem esperar que alguém o fará por elas.

Perguntando se usava fita adesiva para cobrir a câmara de seu computador em casa, o diretor do FBI respondeu sem hesitar.

"Claro que sim. Não me parece tão louco assim que o diretor do FBI se preocupe com sua segurança pessoal".

Para Comey, é uma questão de sensatez.

"Nos escritórios governamentais, todos temos essas câmeras e elas contam com uma cobertura para a lente. Isso é feito para que as pessoas não te vigiem".

Não foi a primeira que vez que Comey falou sobre esse assunto. Em abril, ele já havia feito a recomendação, mas muitas pessoas não acreditaram que o chefe de uma das agências de inteligência mais avançadas do mundo pudesse admitir o hábito (de cobrir a câmera) e recomendá-lo, uma ação que parece dar a entender que a prática de monitorar as pessoas através de câmeras e microfones de seu laptop é mais comum do que se supunha.

Para o ativista Christopher Soghoian da ONG União Americana das Liberdades Civis (ACLU), a posição de Comey parece mostrar que o FBI lida a questão com dois pesos e duas medidas.

"O público deveria saber como o governo leva a cabo sua vigilância e como funcionam esses dispositivos", diz Soghoian.