Aposentadoria e ministério: os rumos dos marqueteiros da direita à esquerda
Principal marqueteiro da direita no país, Duda Lima afirmou à coluna que não irá mais atuar em campanhas eleitorais. A aposentadoria vem depois de conseguir reeleger Ricardo Nunes (MDB) para a prefeitura de São Paulo.
Nunes entrou na campanha como candidato desconhecido do eleitor (mesmo sendo o prefeito) e saiu reeleito com 59,35% dos votos válidos em uma eleição considerada desafiadora por todos os marqueteiros que atuaram nela.
"Tenho que ganhar desse cara" virou obsessão, contou à coluna.
O coach assustou (não apenas o marqueteiro) com sua estratégia de cortes de vídeos para as redes sociais e comportamento provocativo nos debates, mas errou a mão e derreteu no final do primeiro turno ao apresentar um laudo falso que comprovaria sua fake news de que Guilherme Boulos (PSOL) havia sido internado por uso de drogas. O que foi demais até mesmo para o eleitor antiesquerda.
Com 33 campanhas, 28 delas vitoriosas, Duda avaliou que chegou ao seu limite. O trabalho é desgastante e exige uma semana de sete para sete.
Enquanto a direita ficará órfã, a esquerda se articula no outro ponto para empoderar o seu marqueteiro. Sidônio Palmeira, que fez a campanha de Lula, é cotado para integrar o governo numa tentativa de salvar a comunicação. Com queda na popularidade, sobrou para essa área a culpa pelos índices que mostram o descontentamento do eleitor com a gestão do PT.
A estratégia é vista com desconfiança por colegas de Sidônio. Todos enaltecem a sua competência, mas dizem que numa campanha é o marqueteiro quem manda e todo mundo obedece. Bem diferente do governo, ainda mais em uma gestão sem unidade como a de Lula III em que cada ministro cuida do seu quadrado.
Pablo Nobel, marqueteiro da campanha de Tarcísio de Freitas para o governo de São Paulo, deve ocupar o espaço deixado por Duda Lima. Sua escola foram, curiosamente, os "marqueteiros da esquerda": Duda Mendonça e João Santana.
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