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Maior delegação estrangeira, Brasil tem primeiras-damas e lobistas na COP26
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Resumo da notícia
- Lista oficial de pessoas credenciadas ao evento em Glasgow revela nomes de primeiras-damas, lobistas e políticos
- No passado, participação brasileira foi marcada por escândalo de inclusão de membros da Abin
- Evento conta com 39 mil pessoas registradas, das quais 21 mil são de governos
Com 479 inscritos, o Brasil tem a maior delegação entre todos os países participantes na Conferência sobre Mudanças Climáticas da ONU (COP26). O número só é superado pelos britânicos, anfitriões do evento em Glasgow, nesta semana.
Pelos corredores do evento que concentra a atenção do mundo, percorrem lobistas que tentam mostrar o "lado verde" do Brasil, governadores, prefeitos, vice-prefeitos, deputados, senadores, representantes da indústria, além de porta-vozes da agricultura nacional.
A lista divulgada pelos organizadores ainda inclui representantes da Petrobras, Embrapa, Tribunal de Justiça, BNDES, Itaipú e Banco do Brasil, além de procuradores, auditores públicos e vários "ajudantes de ordens". O registro ainda aponta para o credenciamento de nomes sem quaisquer explicações.
No documento oficial da COP26 sobre cada uma das delegações, porém, também aparecem nomes de pessoas que acompanham os políticos que desembarcaram em Glasgow. Na lista oficial de quem pediu credenciamento, por exemplo, aparece a primeira-dama do Acre, Ana Paula Cameli, e seu chefe do gabinete.
Sua assessoria esclareceu que a informação "não procede" e que Ana Paulo não foi ao evento. "Mesmo na lista, ela iria com recursos próprios, para acompanhar o marido", disse a porta-voz do governo do Acre, Mirla Miranda. "Mas mesmo assim, não foi", completou.
O mesmo registro também trazia inicialmente o nome da primeira-dama do Pará, Daniela Barbalho. Mas o governo do estado também informou que ela não se credenciou para o evento, não usou a quota da delegação e pagou de seu próprio bolso os custos da viagem.
Não faltam ainda o registro de nomes de pessoas, descritas apenas como "recepcionistas", além de um batalhão de assessores de imprensa e de "spin doctors", profissionais levados para Glasgow para tentar convencer o mundo que o governo brasileiro está agindo para cuidar do planeta.
Em eventos da ONU sobre o Clima, no passado, um escândalo eclodiu quando foi revelado que o governo de Jair Bolsonaro incluiu na delegação agentes da Abin.
Enquanto a delegação do Brasil bate recorde em Glasgow, os representantes da sociedade civil brasileira tiveram de se desdobrar para conseguir credenciamento para indígenas, ativistas e ambientalistas.
Segundo a coluna apurou, alguns chegaram a ser registrados como parte da delegação de países estrangeiros, enquanto representantes da sociedade civil sequer conseguiram se credenciar, mesmo tendo feito a viagem até a Escócia.
Há, porém, um grande ausente na delegação brasileira: o presidente Jair Bolsonaro. Ao ser questionado ainda em Roma pela coluna por qual motivo não iria para Glasgow, ele apenas respondeu: "não te devo satisfação, rapaz".
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