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ONU passa a chamar crise na Ucrânia de "guerra" e ação russa de "invasão"
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A partir desta semana, a ONU passa a chamar a situação na Ucrânia de "guerra" e a ação russa de "invasão". Num comunicado enviado a funcionários no fim de semana, a orientação da cúpula da entidade era para que termos como "operação militar" e "conflito" fossem de fato trocados por palavras mais fortes.
A mudança ocorre em um momento de tensão entre russos, ucranianos e potências ocidentais dentro da instituição. Moscou insiste em tentar vetar qualquer inclusão do tema nas agendas dos diferentes órgãos, enquanto resoluções são apresentadas na esperança de fechar o cerco contra Vladimir Putin.
Por ordens do Kremlin, a imprensa local está proibida de falar em guerra ou invasão. Trata-se, na visão de Moscou, de uma "operação especial". Os jornais que não seguirem essa versão correm o risco de terem seus sites retirados do ar. Nesta terça-feira, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, chegou a criticar publicamente a repressão russa contra a imprensa, além da detenção de 12,7 mil pessoas na Rússia por protestar contra a guerra.
Por dias, porém, a ONU também manteve uma orientação de evitar certas palavras. O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, foi às redes sociais para criticar a ONU por impôr a mesma censura adotada pelo Kremlin. "A reputação da ONU está em jogo", ele disse.
Mas, dois dias antes, a ordem já tinha sido modificada. De fato, num comunicado da ONU recebido pelo UOL nesta terça-feira, a palavra "invasão" faz parte da explicação sobre o que ocorre na Ucrânia.
Na própria segunda-feira, quem inaugurou o novo uso das palavras foi a sub-secretária-geral da ONU, Rosemary DiCarlo. Nas redes sociais, ela citou a "invasão russa". "Essa guerra não faz sentido", declarou.
De acordo como a direção de comunicação da ONU, funcionários são de fato orientados a enquadrar suas comunicações sobre a Ucrânia e qualquer outro assunto político "de uma maneira consistente com a posição da Organização".
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