Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Cresce rejeição a Bolsonaro entre mulheres, e presidente ataca outra mulher
![Bolsonaro xingou jornalista Amanda Klein nesta terça-feira durante programa na Jovem Pan - REPRODUÇÃO/ TSE E INSTAGRAM](https://conteudo.imguol.com.br/c/parceiros/6f/2022/09/06/bolsonaro-deu-fora-na-jornalista-amanda-klein-nesta-terca-feira-durante-programa-na-jovem-pan-1662476743818_v2_900x506.jpg)
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Bolsonaro bateu a cabeça no teto por causa das eleitoras, inclusive evangélicas. Elas rebaixaram a possibilidade de crescimento de Bolsonaro e sua chance de se reeleger. Foi o que mostrou a pesquisa Ipec divulgada segunda-feira:
- A rejeição a Bolsonaro cresceu de 50% para 54% entre as mulheres, quatro pontos em uma semana (mas ficou estável entre os homens).
- Na intenção de voto estimulada, Bolsonaro caiu de 29% para 26% entre as mulheres (mas continuou com 36% entre os homens).
- Bolsonaro também oscilou para baixo entre as mulheres na pesquisa espontânea, de 26% para 25%.
- Pela primeira vez em 2022, Bolsonaro oscilou negativamente entre eleitores da fé evangélica, de 48% para 46%.
E daí? As mulheres são maioria absoluta do eleitorado (53%) e, historicamente, mais resistentes a votar em Bolsonaro. A rejeição ao presidente entre as eleitoras é 11 pontos maior do que entre os homens: 54% a 43%.
- Mesmo se conseguir evitar uma derrota já no 1º turno, Bolsonaro não conseguiria se reeleger se o 2º turno fosse hoje, principalmente por causa das mulheres. Lula tem vantagem de 23 pontos sobre Bolsonaro na simulação de 2º turno entre o eleitorado feminino.
- Entre os homens, a vantagem do petista é cerca de um terço disso: 8 pontos, apenas.
O motivo da queda foi a misoginia explícita de Bolsonaro ao reagir com raiva a mulheres que lhe fazem perguntas. Foi descortês com Renata Vasconcellos no Jornal Nacional, atacou Vera Magalhães no debate Band/UOL e ironizou Grabriela Prioli no Twitter. Nesta semana, o presidente quadruplicou o erro ao chamar Amanda Klein de "leviana" durante entrevista à Jovem Pan.
- Os pontos perdidos por Bolsonaro entre as mulheres parecem ter migrado para Simone Tebet e Ciro Gomes. No eleitorado feminino, a candidata do MDB foi de 3% para 5%, e Ciro foi de 7% para 9%. Lula ficou com os mesmos 36% da pesquisa Ipec anterior.
- Pesquisa qualitativa feita pelo Datafolha no domingo retrasado mostrou que Bolsonaro foi o candidato mais mal avaliado no debate, principalmente depois de atacar a jornalista.
- Outras pesquisas qualitativas, de campanhas, mostram ojeriza de eleitoras a Bolsonaro quando o presidente aparece na propaganda de candidatos a governador aliados a ele - ao ponto de aumentar a rejeição a quem o presidente declara apoio.
Para tentar reverter os erros cometidos pelo presidente junto ao eleitorado feminino, a campanha de Bolsonaro lançou nesta terça-feira uma propaganda de TV narrada por Michelle Bolsonaro, pintando um retrato cor-de-rosa do marido.
- A peça foi ao ar logo depois de Bolsonaro xingar outra jornalista numa entrevista.
- No Twitter, o ataque de Bolsonaro a Amanda Klein repercutiu 8 vezes mais do que a propaganda de Michelle, segundo a consultoria Arquimedes.
- No Google Trends, as buscas por "Amanda Klein" superaram as por "Michelle Bolsonaro" em 12 vezes na terça-feira.
- Nos 14 mil grupos de WhatsApp monitorados pela plataforma Palver para o TSE, as citações a "Amanda Klein" e a ataques de Bolsonaro a mulheres também dispararam.
A sequência ininterrupta de ataques a mulheres revela o Bolsonaro que o Arenão, Michelle e os marqueteiros da campanha na TV tentam esconder, sem sucesso. Enquanto isso, puxa-sacos de Bolsonaro no Facebook e em outras redes comemoraram a misoginia do chefe. Ao fazê-lo, reforçam que o Bolsonaro de verdade é aquele que ataca mulheres em série. Medo explica.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.