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Opinião

Sob Tarcísio, mortes pelas polícias crescem 157% entre 2022 e 2024

As mortes pelas forças policiais cresceram 157% sob a gestão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O colunista José Roberto de Toledo analisou os dados de um levantamento do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial do Ministério Público de São Paulo —o site disponibiliza diariamente o número de mortos pela polícia no Estado.

Se a gente comparar 2024, janeiro a setembro, com 2022 —era outro governador, o Rodrigo Garcia; estava valendo uma diretriz de implementação das câmaras corporais nas fardas policiais muito mais dura e outra orientação geral da PM— o crescimento é de 157%, é o dobro e mais metade.

Estatisticamente isso não é coincidência. Isso é uma política de extermínio. Não tem outra palavra. É um crescimento geral. Não é uma coisa que você fala: 'Foi um batalhão específico, foi uma tropa específica'. Você vê que é uma diretriz.


O Tarcísio de Freitas não só mudou a política de câmeras, como está mudando o fornecedor das câmeras nas fardas policiais e nesse momento de transição a consequência está sendo que está matando cada vez mais.

Toledo destacou que o ano de 2024 já registra mais mortes pelas forças policiais no Estado do que em 2023, ambos sob a gestão Tarcísio.

A gente vê mudança, uma inversão: 2023 já teve mais mortos pela polícia do que em 2022, e 2024 (nem fechou o ano ainda) já tem muito mais mortos pela polícia do que houve em 2023 --que já tinha crescido.


As forças policiais no estado de São Paulo já mataram 590 pessoas esse ano, segundo esses dados até setembro, contra 400 em 2023 . Já são 190 a mais.

Toledo ressaltou que a PM é a força policial que mais mata em São Paulo.

Se a gente pegar os dados de 2024 até agora, de janeiro até setembro, 92% dos mortos pela polícia foram mortos pela Polícia Militar.

Segundo o colunista, as mortes por policiais militares em serviço cresceram 80% em 2024.

Os policiais militares matam em serviço, mas matam fora de serviço também porque às vezes estão de folga, às vezes fazendo bico, às vezes são vítimas de um assalto, reagem. E aí eu quis entender onde estava crescendo mais, se eram os mortos por policiais em serviço ou os mortos por PMs de folga.


Vamos comparar 2024, janeiro a setembro, com o mesmo período de 2023 --que já é um ano que cresceu em relação a 2022. Se a gente pega os PMs de folga, caíram 9% as mortes. Já as mortes por PMs em serviço cresceram 80% em relação ao mesmo período do ano passado.


Se você pega toda a força policial em serviço, cresceu 72%. Quer dizer, nas outras forças, o crescimento foi menor. Então é uma coisa focada na PM, que já é responsável por 92% das mortes, que está crescendo mais do que as outras forças policiais, e são os policiais em serviço. José Roberto de Toledo

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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