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Opinião

Governo fraco ficou ainda mais enfraquecido depois da eleição

A eleição municipal de 2024 deixou o governo Lula ainda mais fraco, já que trouxe vitória de candidatos ligados a parlamentares do Congresso Nacional. Isso favorece o aumento das emendas, o que restringe ainda mais o orçamento do governo federal, observou o colunista José Roberto de Toledo no Análise da Notícia desta quarta (30).

Do ponto de vista orçamentário, vai ser difícil o governo recuperar qualquer coisa que ele perdeu de autonomia sobre o orçamento para os parlamentares, porque eles saíram vitoriosos nessa eleição.

O que dá para projetar dessas eleições é o governo inteiro se movendo para o centro, para não dizer para a direita, porque ele vai ter que se adequar a um orçamento mais restritivo, vai ter que conviver com a permanência do 'emendismo', que se mostrou o maior cabo eleitoral dos partidos fisiológicos.
José Roberto de Toledo

O colunista destaca que, para 2026, o governo vai ter que necessariamente buscar alianças ao centro em um espectro mais amplo do que ele teve na eleição passada, porque esse centro inchou.

E o PL do Valdemar Costa Neto, do qual o Bolsonaro é um assalariado, também cresceu. E ele é um pólo já colocado para a eleição. Então vai ter uma disputa por esse centro inchado. E a impressão que eu tenho é que a chance de haver algum acordo do governo Lula com esses partidos fisiológicos para 2026, de alguma maneira, aumentou.
José Roberto de Toledo

De acordo com Toledo, as políticas de transferências de renda já não são mais suficientes para trazer votos nas eleições.

O governo está se mostrando mais disposto a negociar e a abrir mão de algumas coisas porque viu que sem esses partidos vai ser muito difícil enfrentar tentativa de reeleição em 2026. Há uma mudança no paradigma na política brasileira, aliás não é só brasileira é global. Aqueles fatores que ajudaram a reeleger o Lula em 2006, elegeu a Dilma em 2010, reelegeu a Dilma em 2014 e, de alguma maneira, reelegeu o Lula também em 2022, que são todos aqueles programas de transferência de renda que elevaram o piso socioeconômico de consumo da sociedade brasileira já não bastam, a meu ver, para eleger o Lula em 2026.

A expectativa do eleitor mudou. Ela é uma expectativa maior do que já era. Essas transferências de renda já são dados como fato consumado, direito adquirido, não é nenhum favor se o governo continuar fazendo isso. Ele [governo] vai precisar fazer mais. E para fazer mais ele vai precisar do apoio de quem detém o dinheiro.
José Roberto de Toledo

O Análise da Notícia vai ao ar às terças e quartas, às 13h e às 14h30.

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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