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Sob Bolsonaro, Brasil ganha aparência de hospício administrado pelos loucos
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Quem observa o Brasil de longe fica com a impressão de que o país virou um hospício dirigido pelos loucos. É como se a democracia brasileira concedesse licença aos malucos para administrar o manicômio. Na penúltima troca de indiretas, os presidentes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário despejaram sobre a paciência dos brasileiros um amontoado de obviedades.
Luiz Fux, presidente do Supremo Tribunal Federal, disse na abertura da sessão da Corte que a democracia pressupõem manifestações pacíficas respeito e que "liberdade de expressão não abrange violência e ameaça".
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado e do Congresso Nacional declarou após encontro com governadores que "não se negocia a democracia" e que qualquer "intervenção ou autoritarismo tem que ser rechaçado".
Bolsonaro, suposto presidente da República, declarou em solenidade e na live, em timbre irônico, que "o país está em paz" e "ninguém precisa temer o 7 de Setembro".
Afirmar que não há democracia sem respeito à constituição ou que o autoritarismo merece repúdio é algo tão banal quanto afirmar que o ser humano respira o ar porque morreria se obstruísse as vias respiratórias.
As autoridades brasileiras enveredaram para essa conversa de malucos porque, ao contrário do que diz Bolsonaro, o país não está em paz e todos passaram a temer o 7 de Setembro como quem receia o Juízo Final.
O brasileiro que acorda cedo, sacode no ônibus a caminho do trabalho ou da fila do desemprego observa todo esse falatório sobre democracia e se pergunta: e se democracia for isso mesmo? O que diabos tudo isso tem a ver com o meu arroz com feijão?
Diante de um cenário tão alucinado, o melhor que as pessoas poderiam desejar para o feriado do Dia da Independência é mesmo a chegada do Apocalipse. A alternativa ao fim do mundo é acordar no dia 8 de Setembro com o bolso vazio, a inflação a pino, a geladeira oca e um presidente que se revela capaz de tudo, exceto de presidir os problemas que ele mesmo cria.
É como se o Brasil fosse comandado por um psicótico, que transforma a Presidência num castelo no ar, condenando os brasileiros a morar na sua alucinação, e transformando os chefes dos outros Poderes em psiquiatras impotentes que demoram a apresentar a conta para o maluco.
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