Lira sinaliza para Lula que não tem pressa, só tem demandas
Perguntou-se a Arthur Lira se planeja convesar com Lula sobre a consolidação da entrada do centrão no governo. E ele: "O presidente Lula está imbuído de resolver esse assunto. Tem que ser no tempo do governo, da maneira que o governo achar, e, aí sim, ele me chama oficialmente."
Extraoficialmente, o Planalto sinalizou nos bastidores que não cogita substituir a presidente da Caixa Econômica Federal, Rita Serrano, senão por outra mulher. Súbito, descobriu-se no centrão um insuspeitado apreço pelo feminismo. Feministas de resultados, Lira e o seu PP desistiram de emplacar Gilberto Occhi. Sugerem para o comando da Caixa a ex-deputada federal Margarete Coelho.
Na sua live semanal, Lula declarou sobre a meia-sola ministerial o seguinte: "Quem escolhe o ministério é o presidente". Soou despreocupado. Arthur Lira, que já emplacou no Turismo o aliado Celso Sabino, do União Brasil, não tem pressa. Tem novas demandas. Além do controle da Caixa, Lira reivindica mais um cofre ministerial para o correligionário André Fufuca.
Lula rala, de resto, para acomodar numa poltrona qualquer Silvio Costa Filho, ministro sem pasta do Republicanos. Lula opera no modo compositor. Compõe com todo mundo. Faz isso, segundo declarou, para dar "tranquilidade" ao governo no Congresso. A especialidade dos oligarcas do centrão é organizar composições tranquilizantes. Lira declarou que atropelo "não ajuda a governabilidade". Acha que "o governo tem que ajudar a se facilitar."
Desenrola-se em Brasília a coreografia da enganação. Lula foi acometido pelo pior tipo de ilusão que pode infectar um presidente às voltas com as artimanhas do centrão: a ilusão de que preside a composição de sua própria equipe.
13 comentários
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Renato Isnard Khair
Lira e o Centrão são como um tumor maligno que deve ser extirpado.
Ricardo Jose Bigliazzi
Pergunta do milhão (desculpa o falso sentido): Quanto está custando tudo isso???
Sergio J Reis
Um detalhe "nada" significante: todos do tal centrão foram eleitos. Há jurisprudência de retirada de presidenta sem crime. Há jurisprudência de manutenção de presidente que percorreu vasto cabedal do código penal. Ou o presidente compõe e viverá em crise. Então, em suma, a política é um reflexo da sociedade e uma lei que parece ser mais perene que a Lei da Gravidade Universal, é a de gerson: "leve vantagem você também". Uma pena. O que nos falta é um mínimo de cidadania e consciência de classe.