Josias de Souza

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Opinião

Lula usa Zema como escada para fazer acenos aos eleitores de MG

Lula falava sério quando disse, na reunião ministerial de segunda-feira, que "2026 já começou". Mas quem quiser entender por que Lula desperdiça tempo e munição com o governador mineiro Romeu Zema, carta fora do baralho bolsonarista, precisa atrasar o relógio até outubro de 2022.

No primeiro turno da disputa presidencial, beneficiado por um fenômeno batizado de "Luzema", Lula fez dobradinha com Zema na maioria das cidades de Minas Gerais —66% dos municípios no primeiro turno, 56% no segundo round. Venceu Bolsonaro no estado por um triz: 50,2% a 49,8%. Diferença irrisória: 0,4 ponto percentual.

Ao reclamar dos vetos pontuais que Lula aplicou na lei sobre a renegociação das dívidas estaduais, Zema cuspiu num prato que teve que mendigar para comer. Tenta se mostrar útil ao bolsonarismo, esmolando a posição de vice numa futura chapa presidencial.

Lula sabe que, em politica, a gratidão é o sentimento que envelhece mais rapidamente. Chama Zema de "ingrato" para fazer acenos ao eleitorado de Minas Gerais. Em situação política precária, Zema demora a se dar conta de que ganhou a aparência de uma escada que Lula usa para se exibir como benfeitor do segundo maior colégio eleitoral do país.

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