Josmar Jozino

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Soldado da PM, motorista de coronel, vendia drogas na 'cracolândia', diz MP

O MP-SP (Ministério Público do Estado de São Paulo) se manifestou ontem contrário ao pedido de revogação da prisão preventiva do soldado da Polícia Militar Geovany Jorge Alves da Silva Júnior, 37, investigado por suspeita de tráfico de drogas na "cracolândia", região central de São Paulo.

O soldado trabalhava em um batalhão em Campos Elísios, era motorista de um coronel, comandante da unidade, e foi preso em flagrante no dia 18 de agosto deste ano com um mecânico de uma oficina, de 31 anos, que também teve negada a revogação da preventiva. A Justiça deve analisar o caso nos próximos dias.

A reportagem não conseguiu falar com a advogada do soldado, Brena Amorim Costa, porque ela estava em audiência em Salvador (BA). A defensora ficou de dar um retorno nesta sexta-feira (22) para apresentar a versão do cliente dela. O espaço continua aberto para manifestação.

Policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), unidade de elite da Polícia Militar, receberam a denúncia de que um mecânico, dono de uma oficina na Alameda Dino Bueno, em Santa Cecília, escondia drogas nos veículos deixados no estabelecimento.

O autor da denúncia revelou o nome do mecânico, relatou que ele guardava drogas nos veículos, armazenava e vendia os entorpecentes para viciados na "cracolândia". A região é frequentada todos os dias por milhares de dependentes químicos.

Com a ajuda de cães farejadores da corporação, os militares realizaram uma minuciosa revista na oficina e encontraram quatro tabletes de maconha sob o banco do passageiro de um Chevrolet Prisma e outro tablete no porta-malas de um Volkswagen Golf, este último seria de Geovany.

No momento em que os agentes da Rota vistoriavam o local, o soldado passava em frente à oficina com uma viatura oficial. Ele estava em serviço. A Corregedoria da PM foi acionada. Geovany foi preso em flagrante e depois levado ao Presídio Militar Romão Gomes, na Água Fria, na zona norte.

Os policiais da Rota e da Corregedoria da Polícia Militar apreenderam com o colega de farda 1.500 euros, R$ 580,00, um aparelho de telefone celular e um par de algemas.

Crime hediondo

Segundo o MP-SP, o mecânico admitiu informalmente aos policiais militares que guardava os tabletes de maconha na oficina e afirmou que as drogas eram levadas pelo soldado. No 2º Distrito Policial (Bom Retiro), os dois presos ficaram em silêncio.

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Ao se manifestar contra a revogação da preventiva de Geovany, o MP-SP observou que a prisão do soldado é necessária para a garantia da ordem pública, aplicação da lei penal e instrução criminal.

No entendimento da Promotoria de Justiça, há prova da existência de crime e indícios suficientes de autoria. Para o MP-SP, o soldado e o mecânico cometeram um ato doloso, equiparado a hediondo. Ambos foram denunciados por tráfico de drogas. A pena varia de 5 a 15 anos de reclusão.

Os defensores do soldado pediram em petições a rejeição da denúncia, alegando ausência de indícios de autoria de crime e requisitaram também imagens de câmeras de vigilância a uma empresa de seguros da alameda Dino Bueno.

Reportagem

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