Leonardo Sakamoto

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Opinião

Brasil precisa recapturar 'patriotas' fujões sob risco de desmoralizar STF

Sete bolsonaristas condenados por participar dos ataques golpistas às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram para a Argentina e o Uruguai. Não admira que os autointitulados "patriotas" corram do país para não pagar por seus crimes; o que surpreende é a falta de ações para recapturá-los.

O levantamento sobre os fujões, fruto de investigação de Eduardo Militão, do UOL, aponta que não existe alerta público da Interpol para os condenados que se escafederam. E a Polícia Federal não informou o que vem fazendo para trazer esse pessoal de volta.

Outros três réus fugiram para o exterior, mas ainda não tinham sido condenados. E dezenas têm mandados de prisão em aberto ou sumiram também depois de quebrar a tornozeleira. Claro que todos alegam que são perseguidos e não fizeram nada. Mas esse é o argumento usado por qualquer bandido quando pego em flagrante.

A não recaptura desse pessoal vai trazer desmoralização ao Supremo Tribunal Federal por indicar que as decisões da corte podem ser sistematicamente desrespeitadas que nada vai acontecer.

Além disso, a quantidade de condenados que fugiram para esses dois países vizinhos mostra que já há um padrão. Se eles não forem recapturados e a torneira fechada, essa rota vai continuar sendo usada.

E a punição por tentativa de golpe de Estado não será uma temporada na Papuda, mas em algum bar de Pocitos, em Montevidéu, ou em uma churrascaria em Puerto Madero, em Buenos Aires.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL