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WarnerMedia tenta manter equilíbrio com um pé na TV e outro no streaming
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Com razão, está todo mundo de olho nas plataformas de streaming. É neste território que se desenvolve hoje a grande batalha do mercado audiovisual. Mas é sempre bom lembrar que a TV linear (aberta ou por assinatura) não morreu. Ainda. Em alguns mercados, como o Brasil, ela continua sendo um ambiente muito relevante para os negócios. Por isso, quem produz e exibe conteúdo original por aqui busca manter o equilíbrio com um pé em cada canoa.
É o caso da WarnerMedia, dona de canais como Warner, HBO, TNT, Space e Cinemax, entre outros, e da plataforma de streaming HBO Max. A empresa é uma produtora de conteúdo muito relevante neste mercado, e tem feito diferentes experiências na forma de compartilhar suas séries originais.
Conversei sobre esse assunto com Gustavo Grossman. Na HBO há 18 anos, ele ocupa, desde outubro de 2020, o cargo de chefe de entretenimento geral da WarnerMedia na América Latina. Na visão dele, o que importa é agradar o cliente, não importa onde. "Por isso, falamos que nossos negócios se complementam perfeitamente. Equilibramos o conteúdo. No fim, é tudo sobre entretenimento e engajamento".
O lançamento do reality "Queen Stars Brasil", apresentado por Pabllo Vittar e Luísa Sonza, é um bom exemplo. No dia 24 de março, a HBO Max vai colocar à disposição dos assinantes "três ou quatro" dos oito episódios. E no dia 4 de abril, o TNT começa a exibir um episódio por semana do programa.
Trata-se de uma estratégia de marketing, diz Grossman, que visa promover a plataforma dentro da TV. O executivo se preocupa em dizer que enxerga as operadoras de TV por assinatura como parceiras. "Crescemos nosso negócio baseado na distribuição deles", diz.
A empresa não é muito entusiasta da ideia de colocar séries originais inteiras, de uma só vez, no streaming. "Há algumas que podemos fazer isso; outras não. É uma questão de negócios. Se você solta tudo em um dia, você pode assistir muito conteúdo em um dia, uma semana, um mês. E paga por apenas um mês", diz o executivo.
"Você precisa estender a permanência do assinante que paga por conteúdo. Se você propõe um modelo misto, a permanência do assinante se prolonga", afirma. No final das contas, diz Grossman, "o lançamento semanal de episódios educa o espectador que essa é a maneira de assistir algumas das nossas séries".
O executivo lembra que "Euphoria", cuja segunda temporada terminou recentemente, teve grande audiência na TV e no streaming. É uma das séries mais vistas nas duas. É mais uma prova para a empresa de que "não importa como você usufrui o conteúdo, desde que você esteja no nosso ambiente". Também é o caso de "Big Bang Theory", número 1 na TV e uma das mais assistidas na plataforma. "É tudo sobre conteúdo", diz ele.
Outro exemplo interessante. A empresa constatou que a minissérie "Chernobyl" (2019), um original da HBO, ganhou novo impulso de audiência no streaming por causa da guerra na Ucrânia. Daí veio a decisão de reprogramá-la na TV. Os cinco episódios vão ao ar em formato de "maratona" neste domingo (20) no HBO Signature, a partir das 14h.
Segundo Grossman, o consumidor brasileiro é mais exigente do que o do resto da América Latina. "Temos que ser muito cuidadosos com o que fazemos, como produzimos e como oferecemos. Os brasileiros são consumidores muito educados em matéria de entretenimento. Estão atualizados com o mundo digital, são muito conectados em redes sociais. Um erro nosso acaba sendo grande", diz.
Além de "Queen Stars Brasil", outro lançamento brasileiro próximo é a nova temporada de "Greg News", apresentado por Gregório Duvivier, que estreia nesta sexta-feira (18). Como ocorre em ano de eleição, o programa deixará de ir ao nos três meses anteriores à votação. "Não há limite para o 'Greg News', nenhuma restrição editorial", garante.
Pra lembrar
Num gesto de coragem, uma editora fez um protesto enquanto a âncora de um telejornal na Rússia lia notícias do dia. A cena ocorreu no estúdio do canal estatal de TV — principal fonte de notícias para milhões de russos e que segue a linha do Kremlin: "Não à guerra, pare a guerra, não acredite na propaganda, eles estão mentindo para você aqui", dizia o cartaz.
Pra esquecer
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, determinou que as plataformas de streaming suspendam "imediatamente" a exibição do filme "Como se tornar o pior aluno da escola", por causa de uma cena em que um personagem interpretado por Fábio Porchat sugere a alunos adolescentes que o masturbem. A decisão, na prática, é um ato de censura.
A frase
"Nada blinda preto de racismo, nada. E com mulher preta é pior ainda. Nós somos mais abandonadas e discriminadas, porque o homem preto não quer a mulher preta. Nada blinda a gente. Você tem que aprender a se blindar da dor, isso é importante. Se você for esperar uma proteção universal, você está perdida. Você tem que fazer com que a vida te faça aprender a se blindar".
Gloria Maria durante o "Roda Viva" desta semana na TV Cultura.
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