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Mauricio Stycer

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Os prós e os contras da decisão de Lula de não participar do debate no SBT

Ciro Gomes (PDT), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB) no debate da Band                              -  Reprodução/Band/Renato Pizzutto
Ciro Gomes (PDT), Lula (PT), Jair Bolsonaro (PL) e Simone Tebet (MDB) no debate da Band Imagem: Reprodução/Band/Renato Pizzutto

Colunista do UOL

22/09/2022 04h00

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A 12 dias da eleição, com as pesquisas eleitorais indicando uma nítida polarização entre Lula (PT) e Bolsonaro (PL), com possibilidade estatística de vitória do petista no primeiro turno, os dois debates eleitorais agendados para a reta final ganharam enorme importância.

Assim como o debate promovido no final de agosto por UOL, Folha, Band e TV Cultura, vai ocorrer neste sábado (24), entre 18h15 e 20h30, um encontro organizado em forma de "pool" jornalístico por cinco empresas: SBT, CNN Brasil, jornal "O Estado de S.Paulo", revista "Veja" e a rádio Novabrasil FM.

Sete foram os convidados: Lula, Jair Bolsonaro, Simone Tebet (MDB), Ciro Gomes (PDT), padre Kelman (PTB), Soraia Thronicke (União Brasil) e Felipe d'Avila (Novo). O debate terá apresentação de Carlos Nascimento, contratado especialmente para a tarefa. Segundo a jornalista Mônica Bergamo, Lula não irá a este evento.

Serão quatro blocos, com duração total de cerca de duas horas. Em dois blocos, os candidatos se enfrentam diretamente e, nos demais, respondem a perguntas de jornalistas dos veículos que compõem o pool. Quatro assessores de cada candidato poderão entrar no estúdio. Não haverá plateia.

A decisão do líder nas pesquisas de não participar do debate no SBT é ruim pensando no aspecto republicano do ritual. Debates são um reforço à democracia. Pensando nos seus interesses eleitorais, tem lógica. O que Lula poderia ganhar sendo alvo de todos os candidatos? Ainda neste cálculo, deve ser medido o custo de passar a impressão de que está fugindo de questionamentos.

A estratégia de não participar de debates no primeiro turno funcionou muito bem para Fernando Henrique Cardoso em 1998. Ele se elegeu já no primeiro turno. Lula, em 2006, também evitou debates no primeiro turno, mas ainda teve que disputar o segundo turno contra Geraldo Alckmin, então o candidato do PSDB.

Em 1989, na primeira eleição presidencial direta desde o fim da ditadura militar, o candidato Fernando Collor, então liderando as pesquisas eleitorais, também decidiu não ir aos debates do primeiro turno. A sua opção também funcionou. Passou em primeiro lugar e só no segundo turno participou de debate com Lula.

O terceiro, e último, debate no primeiro turno será realizado pela Globo, na quinta-feira, 29 de setembro — a eleição é domingo, dia 2 de outubro. Também foram convidados os mesmos sete candidatos. O evento será apresentado por William Bonner.

O debate começará por volta das 22h30, depois de "Pantanal", e deve se estender até a 1h. Serão quatro blocos: dois com temas livres, candidatos perguntando para candidatos, e dois com temas determinados (e que serão sorteados na hora) pela produção do programa.

Também não será permitida a presença de plateia e cada candidato só poderá contar com dois assessores. Uma das regras já acordadas entre os representantes dos candidatos é que, caso alguém falte, o seu lugar permanecerá vazio com um placa identificando-o pelo nome.

Com a presença de Lula e Bolsonaro, e com o alcance de audiência da Globo, certamente será o evento mais importante da reta final da campanha eleitoral.

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